A ergonomia na atividade leiteira: avaliação das condições de trabalho dos ordenhadores na região de Campo Mourão - PR

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2011
Autor(a) principal: Oliveira, Claudilaine Caldas de lattes
Orientador(a): Xavier, Antonio Augusto de Paula lattes
Banca de defesa: Moro, Antônio Renato Pereira, Ulbricht, Leandra, Bittencourt, Juliana Vitoria Messias, Xavier, Antonio Augusto de Paula
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso embargado
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Tecnológica Federal do Paraná
Ponta Grossa
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Produção
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://repositorio.utfpr.edu.br/jspui/handle/1/3740
Resumo: Esta pesquisa teve como objetivo avaliar a postura dos trabalhadores em relação às atividades de ordenha e de manejo do gado leiteiro associando-os aos sistemas de produção realizados pelos ordenhadores da Comunidade dos Municípios de Campo Mourão (COMCAM). Como metodologia, objetivando identificar a existência de sintomas musculoesqueléticos, o estudo foi dividido em duas etapas: a primeira foi à identificação do perfil sociodemográfico da amostra (163 ordenhadores) por meio de questionário; em seguida procurou-se obter dados sobre problemas com dores e/ou desconfortos por meio da aplicação do Questionário Nórdico Padrão (QNP). Na segunda etapa, realizou-se a Análise da Atividade em seis propriedades (nove ordenhadores) para identificar fatores de riscos de natureza ergonômica. Para o registro e a avaliação das posturas, utilizou-se o método Rapid Entire Body Assessment (REBA) e com relação à avaliação de cargas, utilizou-se a Equação de National Institute for Occupational Safety and Health (NIOSH). Identificou-se um total de 87% de trabalhadores com queixas de dor e/ou desconforto musculoesquelético, sendo que, tais sintomas apresentavam-se na maioria dos casos com aspecto multifocal, ou seja, 86 trabalhadores (60,56%) indicaram presença de dores em segmentos corporais diferentes ao mesmo tempo. A maior prevalência de dor nos últimos 12 meses foi na região lombar (73,94%); com relação à cronicidade, nos últimos sete dias a região mais afetada foi a dos quadris (64,29%) e com relação à gravidade causando afastamentos das atividades de trabalho, os quadros álgicos mais graves envolveram a região dos membros inferiores (pernas com 37,93%). Quanto aos sistemas de produção, compararam-se primeiramente os sistemas de ordenha manual e mecânica a todos os tipos de dores, verificou-se que a ordenha manual foi mais prejudicial (95,31% de dor), contudo dos cinco sistemas de produção analisados, a ordenha mecânica com balde ao pé em sala de ordenha (fosso), demonstrou ser mais prejudicial (100% de dor). Acompanhando o trabalho dos ordenhadores, foi possível identificar que as principais posturas adotadas ao longo da jornada laboral são a inclinação lateral e flexão do tronco e o manuseio de cargas entre 12 a 60 kg e a partir disso, pode-se caracterizar que a atividade do ordenhador como um trabalho que exige, na maioria das atividades, posturas constrangedoras, com nível de esforço grande, fato esse que pode contribuir para o desenvolvimento de lesões musculoesquelético nesses trabalhadores. Assim, foram propostas recomendações ergonômicas com intuito de minimizar posturas constrangedoras destes ordenhadores e consequentemente para a melhoria da qualidade de vida no trabalho.