Agrotóxicos e abelhas: cienciometria e análise de efeito residual de imidaclopride e beta-ciflutrina em canola Brassica napus L.
Ano de defesa: | 2021 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | , , |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Tecnológica Federal do Paraná
Dois Vizinhos |
Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-Graduação em Agroecossistemas
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: | |
Área do conhecimento CNPq: | |
Link de acesso: | http://repositorio.utfpr.edu.br/jspui/handle/1/25808 |
Resumo: | As abelhas são insetos fundamentais aos agroecossistemas, principalmente pela realização da polinização. No entanto, seu declínio tem sido observado e suspeita-se que a contaminação por agrotóxicos seja a responsável. Neste sentido, o objetivo deste trabalho foi avaliar a relação entre agrotóxicos e abelhas. Para isto, realizou-se uma revisão cienciométrica, uma revisão sobre efeitos subletais ocasionados por neonicotinoides em Apis mellifera e um bioensaio sobre a toxicidade do efeito residual de inseticidas a operárias de A. mellifera. A revisão cienciométrica foi realizada com dados obtidos no banco de dados Web of Science (1.231) e analisados nos programas Microsoft Office Excel e CiteSpace. Os resultados apontam para um aumento significativo na pesquisa sobre o efeito dos agrotóxicos em abelhas nos últimos 15 anos. Os EUA e a França apresentam o maior número de publicações e foi observada uma relação moderada entre esta característica e o Produto Interno Bruno (PIB). Quando verificados os efeitos subletais ocasionados por neonicotinoides sobre A. mellifera, foram observados que os mesmos comprometem a fisiologia das abelhas, interferindo na transcrição de genes e no metabolismo, microbiota intestinal e na qualidade do sêmen. Além disso, comprometem o desempenho da colônia e influenciam negativamente no aprendizado, na memória, na atividade motora e na dança de comunicação, fatores estes que comprometem o desenvolvimento equilibrado das colônias, contribuindo a médio e a longo prazo para o desaparecimento das abelhas. Por fim, em experimento iniciado em semicampo e conduzido em laboratório, operárias de A. mellifera foram expostas a material vegetal de canola contendo residual de imidacloprido, betaciflutrina e a mistura destes em 14, 09, 06, 03 e 0 dias após aplicação. A sobrevivência das abelhas foi avaliada por 96 horas. Pode-se observar redução na sobrevivência das abelhas quando comparados ao controle, de forma que quanto menor o intervalo entre o tempo de aplicação do produto no campo e o contato das abelhas, menor a sobrevivência destas. O produto contendo apenas beta-ciflutrina causou maior mortalidade e manteve maior residual ao longo dos dias, quando comparado aos outros tratamentos. São necessário métodos alternativos ao químico para o controle de insetos-praga na cultura da canola, para reduzir danos aos polinizadores. Em geral, estudos têm mostrado efeitos negativos de agrotóxicos nas abelhas, no entanto, a maioria das publicações estão relacionadas as abelhas do gênero Apis e, por isso, é necessário explorar a ação destes produtos sobre abelhas sem ferrão, solitárias e do gênero Bombus, bem como estudos avaliando os efeitos subletais desses produtos, tendo em vista que o número de moléculas utilizado no manejo de culturas agrícolas é vasto. |