Ecologia populacional em jaboticabais no sudoeste do Paraná

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Moura, Amanda Pacheco Cardoso lattes
Orientador(a): Danner, Moeses Andrigo lattes
Banca de defesa: Wagner Junior, Américo lattes, Rohr, Angela lattes, Braz, Evaldo Muñoz lattes, Milani, Jaçanan Eloisa de Freitas lattes, Gorenstein, Mauricio Romero lattes
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Tecnológica Federal do Paraná
Pato Branco
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Agronomia
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://repositorio.utfpr.edu.br/jspui/handle/1/23549
Resumo: No Sudoeste do Paraná, foram identificados fragmentos de Floresta Ombrófila Mista,onde existem alta densidade de jaboticabeira (Plinia cf. peruviana), denominados jaboticabais. Nestes locais ocorre colheita extrativista dos frutos (jaboticabas) e outras ações antrópicas que podem alterar a regeneração natural da espécie. O presente trabalho teve como objetivo verificar aspectos de ecologia populacional em jaboticabeiras através de estudos sobre a fenologia vegetativa e reprodutiva,crescimento e dinâmica da regeneração da espécie. Acompanhou-se a fenologia vegetativa e reprodutiva de 15 jaboticabeiras em três locais (CL, PB e VT) durante três anos. O incremento diamétrico foi avaliado a partir da dendrocronologia e ajustou-se equações de crescimento para jaboticabeiras adultas em CH, CL, PB eVT. Foram delimitadas unidades amostrais em CL, PB e VT para análise da regeneração, e calculou-se a distribuição diamétrica, densidade, mortalidade e os parâmetros de crescimento, sobrevivência e elasticidade através do modelo dep rojeção integral (IPM). Nesses locais também se observou a quantidade de frutos remanescentes após colheita extrativista. A duração total do ciclo foi diferente entre os locais, com CL apresentando maior duração (120 dias) das fenofases reprodutivas, o que foi associado a menor temperatura média do local. Temperatura e foto período foram as melhores variáveis preditoras para folha jovem e botão floral.As séries cronológicas atingiram períodos de ~120 anos em CH, PB e VT e ~75anos em CL. Omodelo Chapman-Richards apresentou melhor aderência as séries cronológicas individualmente em cada local, enquanto o modelo Monomolecularrepresentou melhor o conjunto total de dados para a espécie. Pela primeira vez demonstrou-se o crescimento e idade de jaboticabeiras por dendrocronologia. Os resultados permitem estimar a época de estabelecimento dos jaboticabais na região e definir estratégias de manejo e conservação da espécie. Registrou-se pela primeira vez a fusão de troncos para espécies do gênero Plinia, verificada pelas medulas duplas encontradas nas amostras. A análise da regeneração mostrou alta densidade de indivíduos das menores classes de tamanho, porém baixo número de indivíduos de tamanho intermediário, resultado do histórico de ações antrópicas dosl ocais. A taxa finita de crescimento populacional (λ) para o intervalo total de coletas,indicou que os três jaboticabais estudados possuem populações estáveis e com pouco crescimento. A maior probabilidade de mortalidade ocorreu nos menores indivíduos (< 0,3 m de altura), e os resultados de elasticidade mostraram que a sobrevivência é o principal fator a ser considerado na conservação da espécie. O número de frutos remanescentes após colheita foi considerado suficiente parar egeneração. A partir destes resultados são sugeridos ações de conservação dos jaboticabais, tais como retirada do pastejo do gado e evitar roçada da vegetação regenerante na época da colheita, a fim de preservar as jaboticabeiras regenerantese garantir o recrutamento entre classes de tamanho.