Ensinando o futuro: visões da ficção científica sobre o ato de lecionar
Ano de defesa: | 2017 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | , , , |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Tecnológica Federal do Paraná
Curitiba |
Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-Graduação em Tecnologia e Sociedade
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: | |
Área do conhecimento CNPq: | |
Link de acesso: | http://repositorio.utfpr.edu.br/jspui/handle/1/2821 |
Resumo: | Esta pesquisa apresenta uma abordagem teórico-analítica da questão da representação da docência em textos de ficção científica de três autores norteamericanos do século XX: Isaac Asimov, autor do conto Como se divertiam, de 1951; Lloyd Biggle Jr, que escreveu Maneira doida de lecionar em 1966 e Connie Willis, cuja narrativa analisada tem o título Muito barulho por nada e data de 1990. Discutir as relações potencialmente passíveis de serem estabelecidas entre o imaginário retratado nessas obras e a visão neoliberal contemporânea do ato de ensinar como objeto de automatização e normatização estrita pode certificar o fato de que tais representações idealizadas tornaram-se, em grande medida, paradigmas advindos das práticas do capitalismo avançado (as quais têm como modelo primário a nação estadunidense) capazes de influenciar a forma como são entendidas, representadas e planejadas as relações entre a figura docente e as tecnologias em nosso país. Portanto, como objetivo primário, elencamos a tentativa de compreender como é realizada a construção discursiva da representação do trabalhador da educação (e das tecnologias imaginárias que cercam essa representação), inserindo-a nas dimensões culturais do imaginário norte-americano a fim de discutir sobre seus reflexos contemporâneos e seu conteúdo determinístico. Para isso, metodologicamente empregamos a recensão e análise bibliográfica de artigos científicos e textos literários nacionais e estrangeiros (que incluíram, mas não se limitaram, às obras designadas como objetos) e, entre as conclusões levantadas, apontamos a constatação de que a relação do corpus com a indústria cultural não permite um afastamento radical das teorias educacionais tradicionalistas familiares aos leitores que constituem o público-alvo dos autores, além de destacarmos vieses marcados pelo determinismo nos textos, embora seja, em alguns casos, apenas insinuado ou surja em contraste com produções posteriores do escritor. Como apontamento final, entretanto, é possível enxergar o conteúdo último dos textos do corpus como prioritariamente humanista: Asimov retrata o desejo de um ensino comunitário em lugar do isolamento do discente em nome da eficiência; Biggle Jr. discute, de forma subjacente, a desvalorização da figura do docente ante uma técnica voltada para a maximização de resultados econômicos e, por fim, Willis coloca em pauta as possibilidades e perigos de tentar se banir ideologias do ambiente escolar, dentro de um molde supostamente democrático que acaba servindo à aniquilação das possibilidades de aprendizado. |