Os agricultores familiares e a construção dos mercados do leite e queijo: a pequena produção e a qualidade frente à legislação brasileira e europeia

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2013
Autor(a) principal: Coletti, Vinícius Deotan
Orientador(a): Perondi, Miguel Angelo
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Tecnológica Federal do Paraná
Pato Branco
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento Regional
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://repositorio.utfpr.edu.br/jspui/handle/1/701
Resumo: A atividade leiteira têm proporcionado uma possibilidade de rendimentos mesmo em áreas reduzidas, atraindo inúmeros agricultores que percebem nesta atividade melhores possibilidades que em outras. Assim, fundamentado no processo de mercantilização da produção familiar, diversificação dos meios de vida e influência das políticas públicas sanitárias, este estudo pretende caracterizar as estratégias de produção de queijo no município de Itapejara d‟Oestecom base na análise da trajetória de seis famílias entre 2005 e 2012 com base em cadastros e entrevistas que trazem à tona as expectativas e a noção de qualidade versus os resultados efetivamente alcançados pelos agricultores. A análise de um banco de dados constituído em levantamentos realizados pelo prof. Dr. Miguel A. Perondi em dois anos agrícolas, 2004/2005 e 2009/2010, junto a novas entrevistas realizadas em 2012 resultou nos estudos de caso discutidos e dados apresentados. Foram observadas as trajetórias das famílias, analisados dados referentes à renda agrícola, renda total, disponibilidade de mão de obra, índice de diversificação e buscou-se acompanhar as principais variáveis na trajetória da família ao longo dos anos. Evidenciaram-se também as disparidades encontradas na legislação brasileira, que pouco resgata da informalidade os agricultores produtores de queijo artesanais. Esse debate é analisado sob o foco da legislação brasileira e europeia na busca por delinear o melhor caminho para resgatar um eficiente sistema de controle de qualidade baseado na confiança e que permita a pequena produção artesanal atender o nicho do mercado local. Nos estudos de caso pode-se constatar in loco acerca da importância destinada ao fator da qualidade do leite na rotina diária, pois se trata de redes diretas de consumo, nas quais o vínculo produtor-consumidor é relevante. A confiança e responsabilidade estabelecida sobre a pessoa que produz é a principal garantia para consumo deste alimento no mercado local, mesmo sem inspeção oficial. Ao fim são apresentados os gargalos para o desenvolvimento da cadeia produtiva do leite, observando que os produtores desenvolvem redes sociais que absorvem sua produção baseados no crescimento da confiança do que se produz. Neste foco, alguns agricultores investem no processo de certificação via sistema inspeção e fiscalização municipal que formaliza o acesso ao mercado local, entretanto, muitos outros permanecem na informalidade reduzindo cada vez mais sua escala de produção. Percebe-se assim uma limitação legal para a pequena produção familiar, que impossibilita o ingresso ao mercado formal, desincentiva e desvaloriza a produção em cadeias curtas.