Lazer no assentamento rural oito de junho: análise a partir da multifuncionalidade da agricultura

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2013
Autor(a) principal: Martignoni, Luciano
Orientador(a): Corona, Hieda Maria Pagliosa
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Tecnológica Federal do Paraná
Pato Branco
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento Regional
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://repositorio.utfpr.edu.br/jspui/handle/1/480
Resumo: O lazer tem sido apontado como um fenômeno relevante na análise do novo rural, entendido como um lugar para viver e não somente um lugar para a produção primária. Nesse sentido o objetivo principal neste trabalho foi analisar o lazer no Assentamento Rural 8 de Junho, tendo como referência a reprodução socioeconômica das famílias rurais, a manutenção do tecido social e cultural e a preservação dos recursos naturais e da paisagem rural. Inicialmente a construção dessa pesquisa foi marcada por um aspecto importante, a partir do vínculo com a orientadora, três trabalhos optaram por um espaço comum de pesquisa os assentamentos rurais oriundos do Movimento dos Sem Terra (MST), esse aspecto permitiu a troca de informações e a construção de um instrumento de coleta de dados compartilhado entre esta e uma das outras duas pesquisas, pelo fato de ambas utilizarem o mesmo espaço. Embasado teoricamente na perspectiva sociológica de reconstrução do rural, do lazer como elemento constituinte dessa perspectiva, bem como numa abordagem da multifuncionalidade da agricultura familiar, procurou-se, a partir dos dados empíricos, coletados a partir de formulário aplicado as famílias do assentamento e de entrevistas com lideranças e famílias, caracterizar o Assentamento 8 de Junho em relação a família, trabalho e produção, conhecer as relações históricas com o lazer nas famílias, identificar potencialidades para o lazer oriundas da cultura, da tradição e da interação com a natureza e apontar perspectivas para o lazer que possa congregar geração de trabalho e renda, interação e preservação ambiental e manutenção do tecido social. Neste cenário constatou-se uma riqueza cultural, social e ambiental expressiva no assentamento estudado, com destaque para a história de luta pela terra, o modo de produção familiar e para as riquezas naturais (cachoeiras, matas, pedreiras, etc.), onde o lazer desempenha um papel importante na sociabilidade da comunidade numa relação entre a tradição e a mudança, porém com relação às práticas de lazer em interação com a natureza e a paisagem percebeu-se um afastamento, principalmente das novas gerações. Com relação a geração de trabalho e renda o lazer ainda não foi considerado na comunidade. Nesse sentido, a pesquisa aponta para a abordagem do turismo rural comunitário, pois ele pode agregar renda e lazer, dois elementos essenciais para a reprodução das famílias no assentamento, em interação com a natureza, paisagem, cultura e tradição local. Fortalece o lazer na comunidade, pois refere-se a oferta à sociedade apenas de práticas que fazem parte do cotidiano da comunidade, com equipamentos construídos pela comunidade. Sob esse olhar ele pode promover um resgate das atividades junto à natureza que estão em desuso ou ainda invisíveis para maioria dos assentados. Promove a interação entre saberes, o saber tradicional dos antigos em relação à pesca, à orientação à fauna e à flora, associado ao saber técnico e científico atuando na manutenção do tecido social e cultural. Pode ainda promover a distribuição dos dividendos baseada na equidade, de acordo com a prática de cooperação.