Avaliação do potencial antioxidante de coprodutos de indústrias de suco de uva e de vinho visando sua aplicação em linguiça de frango

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2014
Autor(a) principal: Casagrande, Maira
Orientador(a): Carpes, Solange Teresinha
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Tecnológica Federal do Paraná
Pato Branco
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Tecnologia de Processos Químicos e Bioquímicos
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://repositorio.utfpr.edu.br/jspui/handle/1/919
Resumo: A busca por produtos naturais e os riscos para a saúde decorrentes do consumo de antioxidantes sintéticos incentivam a investigação para a descoberta de novas fontes potenciais de compostos bioativos. A produção de vinho e suco de uva geram grandes quantidades de coprodutos ricos em compostos fenólicos que podem ser utilizados como antioxidantes naturais. Este estudo teve como objetivo avaliar as melhores condições de extração de compostos bioativos, através de um planejamento fatorial fracionário 24-1, de um coproduto oriundo do processamento da indústria de sucos de uvas (BUS – Bagaço de Uvas Suco) e de um coproduto oriundo do processamento da indústria de vinhos (BUV – Bagaço de Uvas Vinho). E, após a determinação da melhor condição para ambos os coprodutos, avaliar a atividade antioxidante utilizando diferentes metodologias de quantificação, sendo que dentre as duas amostras (BUS e BUV), a que obtivesse maior potencial antioxidante, seria testada no processamento de linguiça frescal de frango com intuito de verificar a inibição da formação de malonaldeído em comparação ao antioxidante sintético ES (eritorbato de sódio). Para a extração dos compostos bioativos as variáveis independentes estudadas foram: tipo de coproduto (BUS ou BUV), temperatura do banho-maria (40 ou 60 °C), tempo de extração dos compostos bioativos (15 ou 45 minutos) e o tipo de solvente utilizado (acetona 80% ou etanol 80%). Os extratos dos coprodutos foram analisados em termos do conteúdo total de compostos fenólicos por Folin-Ciocalteu e atividade sequestradora do radical DPPH• (variáveis dependentes). A atividade sequestradora de radicais livres nos 16 testes gerados variaram 65-149 μmol Trolox.g-¹ e compostos fenólicos totais entre 18-35 mg GAE.g-¹ (equivalente ácido gálico). A análise de regressão linear mostrou que mais de 97% da variabilidade dos dados foi explicada pelo modelo gerado para a variável dependente atividade antioxidante e 93% para compostos fenólicos totais. Levando-se em conta os pontos ótimos de extração para BUS e BUV, fixaram-se extrações com acetona 80%, 60°C, durante 15 minutos para BUS e 45 minutos para BUV. Sob essas condições de extração, BUS apresentou: atividade antioxidante pelo método DPPH (IC50), ABTS•+, FRAP, e percentual de inibição do sistema de β- caroteno/ácido linoleico em valores de 349 μg.mL-1, 334 mmol TEAC.g-1, 151 mmol Fe²+.g-1 e 73%, respectivamente. Enquanto BUV resultaram em 489 μg.mL-1, 249 umol TEAC.g-1, 111 umol Fe²+.g-1 e 68%, respectivamente. As respostas do planejamento fatorial mostraram que BUS teve o maior teor de compostos fenólicos e atividade antioxidante quando comparados ao BUV, em suas melhores condições. Foram elaboradas quatro formulações de linguiça frescal de carne de frango: amostra controle (sem antioxidantes – T1), amostra contendo antioxidante sintético a 0,01% (T2), amostra contendo 2 mg.g-1 de extrato de BUS (T3) e uma amostra contendo 4 mg.g-1 de BUS (T4). Para a elaboração das linguiças com extrato de BUS, utilizou-se o extrato da melhor condição, determinada pelo planejamento fatorial (acetona 80%, 60°C, 15 minutos), sendo que os extratos foram evaporados e liofilizados. Os parâmetros físico-químicos e microbiológicos das formulações T1, T2, T3 e T4, resultaram em valores que estão em concordância com as legislações vigentes. A cor sofreu variações durante o tempo de armazenamento das linguiças frescais de frango, sendo que T3 e T4 foram os tratamento que tiveram maior ΔE e menores valores de L*. Os tratamentos T1 e T2 obtiveram maiores valores de a*, b* e C*. O pH decaiu, para as quatro formulações de linguiças, variando de 6,71 a 5,99, entre os tratamentos. Para medir a oxidação lipídica foi utilizada a metodologia TBARS. As amostras contendo BUS foram capazes de inibir a oxidação lipídica. No tempo de 8 dias de armazenamento a 4°C, em relação ao controle, T2 conseguiu inibir a formação de malonaldeído em 0,31%, enquanto que os tratamentos contendo 2 e 4 mg.g-1 de extrato liofilizado de BUS (T3 e T4) inibiram 55% e 73% respectivamente.