O cortiço em construção: o espaço literário em O homem e O cortiço, de Aluísio Azevedo

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Peretto, Juliano Augusto Mezzari lattes
Orientador(a): Menon, Maurício Cesar lattes
Banca de defesa: Alves, Lourdes Kaminski lattes, Menon, Maurício Cesar lattes, Ruffini, Mirian lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Tecnológica Federal do Paraná
Pato Branco
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Letras
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://repositorio.utfpr.edu.br/jspui/handle/1/4828
Resumo: No referido trabalho, tenciona-se analisar a construção do espaço do cortiço em duas obras do escritor Aluísio Azevedo (1857 –1913): O Homem(1887) e O Cortiço(1890). A espacialidade de ambos os romances é desenvolvida pelo autor que criou uma espécie de projeto em que ele a edifica e a torna determinante. Esse espaço que aparece em alguns romances do autor ganha destaque, principalmente,nessas duas obras, pois foi nos referidos textos que Azevedo formulou a construção do cortiço como fator influente para o desenvolvimento das narrativas. Em O Homem, esse espaço aparece tardiamente como um elemento que constitui o plano secundário do texto, mas já apresenta traços distintos do que seria projetado em seu romance posterior. Em O Cortiço, tem-se a ascensão desse espaço que é influente desde o início da narrativa,é tamanha a preponderância que a espacialidade funciona como um mediador para o enredo, provocando peripécias, caracterizando personagens e, acima de tudo, tendo poder de ação, pois ao assumir essas postulações, incumbe-sede um papel que vai além de um espaço despretensioso, assumindo protagonismo. A possibilidade deste estudo está intimamente ligada a autores que já desenvolveram pesquisas que contribuem para a formulação da pesquisa e podem ser invocados para a realização de um trabalho mais eficaz: Roberto Damatta (1985 -1986), Gilberto Freyre (1936), Gaston Bachelard (1957) e Ozíris Filho (2007) serão elencados para o entendimento das questões de espacialidade; Antônio Candido (1973 –1975),Alfredo Bosi (1970) e Antônio Coutinho (2002) fornecem a base teórica necessária para entender o contexto histórico e estilístico;Milton Marques (2000) e Jean-Yves Mérian (1988)são estudiosos da vida e da obra azevediana e, por isso, são indispensáveis para que se entenda a literatura do autor. É possível inferir, por meio da análise desses textos, que Azevedo pretendia construir um microcosmo que representasse a sociedade da época, sendo o foco de seu romance retratar um Brasil oitocentista em suas mais profundas raízes.