A dúvida de Machado de Assis: uma gramática da possibilidade

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2009
Autor(a) principal: Baeder, Berenice Martins
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8139/tde-17112009-151556/
Resumo: O objetivo deste estudo é a identificação dos mecanismos responsáveis pela construção da imagem da dúvida na subjetividade da prosa breve machadiana, por meio da análise de alguns contos do escritor. Busca o efeito de sentido dúvida em suas prováveis recorrências para mapear aquilo que, hipoteticamente, chamamos gramática da possibilidade em Machado de Assis. A pesquisa obedece a um percurso que envolve duas frentes: uma teórica e outra prática. A primeira está centrada na determinação de traços semióticos específicos de alguns tipos de discurso. Isso vai caracterizar a estética realista-naturalista, a do romantismo e a estética machadiana. Tal gesto se justifica na medida em que a dúvida machadiana, foco de nossa pesquisa, realiza-se precisamente no diálogo que Machado de Assis estabelece com essas estéticas, e também com o senso comum de seu tempo: a dúvida é construída, em seu texto, pelo abalo das verdades que alicerçam tais discursos. O exame desse diálogo é feito, nesta pesquisa, à luz dessa tipologia, dada, semioticamente, pelo tipo de contrato veridictório sustentado por essas estéticas: o objetivante (para o realismo-naturalismo); o subjetivante (para o romantismo) e o semiótico (para a estética de Machado). Por meio dessa tipologia identificamos, no e pelo discurso de Machado, possíveis refração e reflexão dos valores investidos em cada um dos contratos, por intermédio do estudo das escolhas sintático-semânticas de construção feitas pelo escritor. A segunda frente de desenvolvimento é o da abordagem dos contos, feita segundo a leitura semiótica de análise de linha francesa, noções de análise do discurso e conceitos desenvolvidos pelo lingüista e filósofo Bakhtin. Na interseção desses dois percursos, mostramos de que maneira um traço específico desse tipo de contrato semiótico a dúvida se realiza no especial projeto do dizer de Machado