Subjetividade no discurso de recém-graduados da UFPR: uma análise institucional

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2005
Autor(a) principal: Valore, Luciana Albanese
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/47/47131/tde-20102006-135554/
Resumo: Esta pesquisa investiga o discurso de recém-graduados de uma universidade pública. Considera, igualmente, alguns discursos correntes dos processos de qualificação e de inserção profissional, no intuito de delinear os cenários das novas ordens da subjetividade no mundo contemporâneo. Concebendo o discurso, numa perspectiva foucaultiana, como ato de produção e de legitimação de práticas sociais e de sujeitos e, partindo das referências conceituais da análise institucional de discurso, objetiva explicitar, nas falas desses recém-graduados, as relações estabelecidas entre esses atores, sua formação e o universo profissional, bem como delinear os efeitos de subjetivação produzidos em seu dizer: de si, de sua trajetória na universidade e no mundo do trabalho, de suas expectativas e projeto de vida. Para tanto, foram entrevistados 17 egressos de 8 cursos de graduação, formados num período de tempo que variou de 2 meses a 2 anos. O processo analítico, compreendido em 3 etapas distintas, evidenciou 5 categorias temáticas centrais. Nestas, atentou-se às regularidades e às singularidades na apreensão e na articulação dos temas, ao jogo de atribuição e de assunção de lugares subjetivos, às relações estabelecidas entre (e com) as práticas institucionais e aos efeitos de reconhecimento e de desconhecimento no dizer. Sua análise permitiu configurar um sujeito suporte do discurso institucional que também se constitui como um sujeito psíquico singular, corroborando a hipótese, calcada nos pressupostos do método adotado, de que a subjetividade se produz na constante tensão entre o assujeitamento na ordem institucional discursiva e a resistência nessa mesma ordem e de que, mesmo nesse assujeitar-se, há uma singularidade possível. Observou-se, também, como o contínuo arranjo dos lugares subjetivos – reconhecidos ou mostrados - produz-se nas expectativas tecidas na relação com os atores da formação e da inserção profissional, e como, lado a lado aos decantados abismos, instituídos nos discursos que relacionam essas práticas, positivam-se relações de continuidade. Além disto, verificou-se como esses recém-graduados, na cena mesma da entrevista, mostravam-se não apenas reagindo aos discursos instituídos da formação e da inserção profissional, mas, efetivamente, instituindo-os, por vezes legitimando-os, por vezes subvertendo-os. Deste modo, identificaram-se alguns vetores de resistência às imagens usualmente atribuídas à condição do recém-graduado, dentre eles, a positivação de si como alguém que se faz visível. Os modos com que tal visibilidade configurou-se nas cenas enunciativas possibilitaram incluir uma outra perspectiva de análise: a das personagens que se desenham no discurso desses recém-graduados (a saber, a do como se fosse, a do opositor e a do atleta).