Avaliação radiológica do músculo levantador da pálpebra superior e dos movimentos palpebrais superiores em pacientes com retração na orbitopatia de Graves

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Guimarães, Juliana Albano de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/17/17150/tde-29072024-091443/
Resumo: Pacientes com orbitopatia de Graves (OG) comumente apresentam retração palpebral e alterações dinâmicas palpebrais. O objetivo deste estudo foi avaliar os movimentos palpebrais nesses pacientes, em paralelo à avaliação da morfologia do músculo levantador da pálpebra superior (MLPS) por meio de tomografia computadorizada (TC). Neste estudo caso-controle, pacientes com retração palpebral secundária à OG (grupo OG) e controles (grupo GC) foram submetidos à TC de órbitas e avaliação da cinemática palpebral. O olho com maior distância margem reflexo 1 (DMR1) foi escolhido para análise. Foram incluídos 68 participantes, sendo 36 no grupo OG e 32 no grupo GC. No grupo OG, a média da DMR1 foi de 6,5 mm, enquanto que no GC, de 3,9 mm. A amplitude e a velocidade dos movimentos sacádicos não diferiram entre os dois grupos. Quase todos os parâmetros relacionados à fase de fechamento do movimento de piscar espontâneo, incluindo amplitude, velocidade, taxa de piscar e tempo entre piscadas, não diferiram entre os dois grupos. A efetividade do piscar (relação entre a amplitude do piscar e DMR1) e a sequência principal (relação entre amplitude e velocidade) foram significativamente reduzidas no grupo OG em comparação ao grupo GC. Distância margem reflexo em infraversão se mostrou aumentada em pacientes com OG, indicando um \"lid lag relativo\". A área do MLPS, calculada em cortes tomográficos coronais, foi significativamente maior no grupo OG em relação aos controles. Observou-se correlação entre o aumento da assimetria temporal nasal da fissura palpebral e o aumento do complexo superior e proptose nos pacientes com OG. Não se observou associação entre as dimensões do MLPS e os movimentos palpebrais sacádicos e de piscar. Em conclusão, a despeito de as amplitudes dos movimentos sacádicos e de piscar se encontrarem normais em pacientes na fase inativa da OG, elas não são suficientes para compensar a retração palpebral, isto é, para evitar as piscadelas incompletas e a retração em infraversão. Dessa forma, lagoftalmo ao piscar e lid lag relativo ocorrem durante os movimentos de piscar e sacádicos, respectivamente.