Efeito da suspensão frontal com fáscia muscular na cinemática palpebral

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Baccega, Adriano Antonio
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/17/17150/tde-19102018-095106/
Resumo: O objetivo do estudo foi avaliar parâmetros da cinemática palpebral durante o piscar espontâneo e movimentos sacádicos palpebrais em pacientes com ptose congênita submetidos à correção cirúrgica pela técnica de suspensão frontal com fáscia muscular. Com um sistema de câmeras de captação infravermelha para análise tridimensional de movimentos foi feito registro simultâneo de movimentos de supercílio e de pálpebra. Para análise do piscar espontâneo foram avaliados 17 pacientes com ptose congênita que realizaram correção cirúrgica pela técnica de suspensão frontal com utilização de fáscia muscular autógena (n=14), e fáscia lata preservada (n=3), e para o estudo do movimento sacádico palpebral, a avaliação foi dos 14 pacientes que utilizaram apenas fáscia autógena. Um grupo controle com 17 indivíduos normais também foi medido. Para análise do piscar espontâneo um programa foi utilizado para medidas de amplitude e velocidade máxima de movimento durante a observação de um filme comercial por 5 minutos. Para análise do movimento sacádico palpebral foram realizadas medidas em 10, 20, 30, 40 e 50 graus do olhar para baixo. A avaliação da superfície ocular em lâmpada de fenda com utilização de fluoresceína foi realizada nos pacientes que apresentavam ou não lagoftalmo. O número de piscadelas foi significativamente diminuído nos pacientes. A distribuição do intervalo entre as piscadelas foi similar nos dois grupos. A média de amplitude da fase descendente do piscar dos pacientes foi apenas 38% da média do grupo controle. A inclinação da reta da \"main sequence\" para o piscar espontâneo para os pacientes foi mais baixa. Nos controles o movimento do supercilio foi muito pequeno e insignificante durante o piscar espontâneo. Nos pacientes, a média de amplitude do movimento do supercílio foi cinco vezes maior que nos controles chegando a 45% da amplitude do piscar. Os movimentos sacádicos palpebrais mostraram uma importante restrição e não aumentou além de 30 graus do olhar para baixo. A velocidade máxima da pequena amplitude dos movimentos sacádicos palpebral foi muito baixa. Enquanto a movimentação do supercilio no grupo controle ficou entre 3,3 e 9,3% do movimento sacadico palpebral, nos pacientes a movimentação do supercílio foi responsável por 43,5 a 57,4% do movimento palpebral. Lagoftalmo foi encontrado em 13 (76,5%) dos pacientes. Apenas 3 (23%) mostraram sinais de ceratopatia superficial inferior, apesar da presença do fenômeno de Bell. A amplitude e velocidade do piscar espontâneo está severamente diminuída em pacientes com suspensão frontal com fáscia muscular. Esse tipo de material causa um efeito restritivo permanente nas propriedades elásticas das pálpebras. Após a cirurgia a amplitude do piscar é dependente da amplitude do movimento do supercílio. O lagoftalmo é uma consequência natural da suspensão frontal com fáscia muscular.