Capas de disco do rock brasileiro dos anos 1980: uma análise visual, cultural e histórica

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Moretto, Paulo Eduardo
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/16/16140/tde-12122023-111907/
Resumo: Esta tese apresenta um estudo sobre a linguagem visual com o objetivo de identificar características visuais recorrentes nas capas de disco do rock brasileiro dos anos 1980 (especialmente as de bandas de São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília), descrevendo-as em termos históricos, culturais e estéticos, incluindo a relação entre sua linguagem visual e a cultura visual dessa década. Para tanto, procedeu-se à formação de um acervo de capas de disco, que resultou em um corpus com 155 itens, e ao desenvolvimento de um método de análise visual de grandes conjuntos de artefatos gráficos que, potencialmente, pode ser aplicado a outros conjuntos de peças gráficas. Com base nesse modelo de análise, o corpus foi analisado em quatro níveis, segundo as três dimensões da semiótica (sintática, semântica e pragmática). No primeiro nível foram observados separadamente os elementos pictóricos, os verbais e os esquemáticos, enquanto, no segundo nível, analisou-se a composição visual das peças gráficas, isto é, a combinação ou o arranjo visual conformado por esses elementos identificados anteriormente. Já no terceiro nível, as capas foram examinadas enquanto objetos tridimensionais, isto é, considerando-se, além da capa, a contracapa e, até mesmo, o encarte e o selo aplicado ao disco de vinil, bem como seus aspectos materiais e de produção. Finalmente, no quarto nível, as capas foram estudadas enquanto partes de um conjunto, buscando-se identificar aspectos visuais recorrentes e conformadores de uma linguagem visual característica do todo do corpus. A identificação dessas características recorrentes ou plurais ajudou a compreender a linguagem visual desse conjunto de artefatos gráficos, destacando-se o uso de fotos das bandas repetidamente retratadas com seus músicos encarando a câmera e com certo desdém desafiador, assim como o uso de colagens, e a consequente fragmentação do campo gráfico e, ainda, a apropriação de imagens e estilos visuais do passado, como o revival dos anos 1950, características normalmente associadas ao pós-modernismo. Visando aprofundar as análises semânticas dessas características recorrentes, buscou-se outras fontes de dados, como filmes, almanaques e livros sobre o momento histórico e musical dos anos 1980, que propiciaram a compreensão desse contexto histórico, bem como a identificação de elementos e referências que constituíam a cultura visual da época, em especial do universo do rock, da cultura jovem e do próprio pós-modernismo.