“Afrodite se quiser”: o protagonismo das mulheres no rock brasileiro nos anos 1980

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Rochedo, Aline do Carmo lattes
Orientador(a): Pinto, Surama Conde Sá lattes
Banca de defesa: Pinto, Surama Conde Sá, Enne, Ana Lucia Silva, Quadrat, Samantha Viz, Magalhães, Felipe Santos
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em História
Departamento: Instituto de Ciências Humanas e Sociais
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://rima.ufrrj.br/jspui/handle/20.500.14407/10051
Resumo: O rock, como objeto de pesquisa, vem sendo tema em estudos na área das ciências humanas, mais precisamente, a partir dos anos da década de 1980. Em tais pesquisas e publicações, a liderança é atribuída predominantemente ao homem. As mulheres estão pouco presentes em lugar de destaque e raramente apresentam papéis protagonistas. No processo de consolidação do “rock and roll”, ainda que o talento das mulheres tivesse as mesmas qualidades atribuídas apenas aos homens, dificilmente, elas alcançaram o mesmo status que seus companheiros de profissão. Predominava a atuação de cantores e compositores que acentuavam o domínio da figura do homem na esfera artística. A pesquisa de doutorado, aqui apresentada, intitulada “Afrodite se quiser” O protagonismo das mulheres no rock brasileiro na década de 1980 propõe situar, com respaldos históricos, a incursão da mulher no cenário do rock como trabalho na esfera artística, que ainda parece, predominantemente, um espaço realizado por homens. Discutimos o protagonismo das mulheres no rock brasileiro, evidenciando suas experiências e problematizando como as suas “falas” alteraram a hierarquia, moldada pela ótica do homem na construção da história do rock. Mesmo com a invisibilidade, elas constroem seu papel de protagonistas, a partir de uma ação insistente de adentrar e permanecer na esfera do rock, apesar de todas as dificuldades impostas a essa escolha. Abordamos o protagonismo como um processo de conquista, de espaço e lugar de fala, que, por meio da arte musical, registrou uma forma de se comunicar com o mundo, atuando numa esfera restrita aos homens. Por meio delas, percebe-se que o papel de protagonismo, desempenhado pelas mulheres no espaço do rock, refere-se, em certos episódios, simplesmente à presença da mulher nesse cenário, o qual, aqui, ficou legitimado por estarem ligadas à história e consolidação do gênero, mesmo sem o reconhecimento devido. Os depoimentos de artistas brasileiras são fundamentais para a compreensão da atuação das mulheres roqueiras, suas experiências na sociedade e na política. Também, são importantes as temáticas abordadas nas letras das músicas compostas. Como elemento de análise, ainda foram realizadas entrevistas com mulheres envolvidas ao movimento rock e produção artística. No rock, esse aspecto é claramente perceptível, tendo a memória de sua história predominantemente masculina. Trata-se de um gênero musical, no qual os papéis principais, que exigem bom desempenho musicista, em especial aos que tocam guitarra, estão reservados ao homem, na história que eles escreveram. Mas, aqui, são várias mulheres que escreveram essa história.