Comparação dos resultados da setorectomia lateral esquerda pela técnica convencional e minimamente invasiva: revisão sistemática e metanálise

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Macacari, Rodrigo Luiz
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5168/tde-07052019-151549/
Resumo: Introdução: A setorectomia lateral esquerda (SLE) é uma das ressecções hepáticas em que a cirurgia minimamente invasiva tem maior aplicabilidade, sendo considerada um procedimento exequível e passível de padronização técnica. Apesar da crescente aceitação da SLE laparoscópica, o corpo de evidência que suporta a segurança do método, bem como os potenciais benefícios em relação à abordagem convencional são, na sua maioria, provenientes de estudos retrospectivos com número limitado de pacientes. Apenas recentemente, estudos populacionais com grande número de pacientes e estudos randomizados foram publicados acerca do tema. No entanto, estes novos dados não foram avaliados adequadamente por meio de revisão sistemática e metanálise. Desta forma, ainda há carência de evidência de melhor qualidade que possa comprovar os reais benefícios do método. Método: Foi realizada revisão sistemática da literatura nas bases de dados Medline, EMBASE, Cochrane Library Central e LILACS. A data limite de busca foi 31 de dezembro de 2017. Foram incluídos estudos comparativos (retrospectivos e prospectivos) que comparassem os resultados perioperatórios de pacientes submetidos à SLE minimamente invasiva e convencional. Foram excluídos estudos com pacientes submetidos à SLE para doação de fígado. Os desfechos estudados foram taxa de conversão, tempo operatório, perda sanguínea, taxa de transfusão, tempo de internação, morbidade e mortalidade perioperatória (até 90 dias). Resultados: Foram avaliados inicialmente 2.838 artigos, sendo 23 estudos incluídos na metanálise (21 observacionais e 2 randomizados), totalizando 3.415 pacientes. A taxa de conversão foi de 7,4%. Os pacientes submetidos à SLE laparoscópica apresentaram menor perda sanguínea (diferença de médias [DM]=-119,81ml; IC95% -127,90 a -111,72; p < 0,00001; I2=32%; n=618), menor taxa de transfusão (4,1% vs. 10,1%; diferença de risco [DR]=-0,06; IC95% -0,08 a -0,05; p < 0,00001; I2=13%; n=2.968) e menor tempo de internação (DM=-2,02 dias; IC95% -2,15 a -1,89; p < 0,00001; I2=77%; n=3.160). Observou-se ainda diminuição marginal na frequência de complicações (21,4% vs. 27,5%; DR=-0,03; IC95% -0,06 a 0,00; p=0,05; I2=0%; n=3.268) e mortalidade perioperatória (0,3% vs. 1,5%; DR=-0,01; IC95% -0,02 a 0,00; p=0,01; I2=0%, n=3.332) nos pacientes submetidos à cirurgia minimamente invasiva. Não houve diferença quanto ao tempo operatório, complicações biliares, cardíacas e pulmonares entre os grupos. Conclusão: As evidências atuais suportam a abordagem minimamente invasiva como via de acesso padrão para SLE, sendo um procedimento exequível, seguro e associado à redução da perda sanguínea, menor taxa de transfusão e menor tempo de internação hospitalar