Supervisão de supervisão: grande angular fenomenológica na cartografia de práticas clínicas em contextos institucionais e comunitários

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2010
Autor(a) principal: Braga, Tatiana Benevides Magalhães
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/47/47131/tde-20012011-105803/
Resumo: Esta pesquisa investigou a prática clínica de Supervisão de Supervisão, espaço de discussão entre supervisores clínicos de diferentes projetos de atenção psicológica em instituições e comunidades. Utilizando uma abordagem fenomenológica, a investigação se baseou numa cartografia clínica desta prática, abrangendo a historicidade de sua constituição e o contexto no qual se mostra seu desenrolar, apresentado em cenas de supervisão de supervisão relativas a diferentes cenários sociais em que se desenvolveram modalidades de prática psicológica. O diálogo dos supervisores desvelou alguns eixos teóricos de discussão atinentes à práxis desenvolvida, que foram abordados por meio de ensaios, buscando dialogar com o modo como tais temas emergentes foram apresentados nas supervisões de supervisão e refletir sobre seu sentido. O primeiro eixo abordado foi a cartografia, em relação à qual se buscou contemplar aproximações e diferenças entre a prática realizada e outros autores que discutem o tema, em especial aqueles utilizados como referência pelos supervisores na compreensão de suas práticas, delineando-se uma cartografia clínica de orientação fenomenológica. O segundo tema apresentado refere-se às relações entre psicologia e fenomenologia, quanto ao qual o ensaio procura demonstrar a pertinência do olhar fenomenológico na psicologia a partir da historicidade destes campos. Em relação ao terceiro eixo temático a práxis psicológica realizada nos contextos institucionais e comunitários o ensaio aborda duas vertentes interligadas. Discute-se, por um lado, a origem de um entrelaçamento entre sujeito e contexto social a partir das interdisciplinaridades, pluridisciplinaridades e transdisciplinaridades originadas no questionamento do papel da ciência e da universidade a partir do pós-guerra. Por outro lado, o ensaio trata da inserção da clínica em cenários externos ao consultório particular enquanto articulada à falência do modelo de clínica liberal e aos movimentos políticos pela construção de direitos de cidadania, no panorama brasileiro ocorridos em especial na saúde pública e na saúde mental. No tocante ao quarto tema, o lugar do aconselhamento psicológico a partir da fenomenologia existencial, o ensaio versa sobre a compreensão da atenção psicológica como possibilidade de designação pertinente à práxis, abrangendo o olhar sobre a experiência enquanto modo de habitar o mundo. Finalmente, quanto ao quinto tema, as relações entre clínica e política são discutidas no intuito de designar o espaço clínico enquanto pré-político. A partir destas discussões, a supervisão de supervisão é compreendida como uma grande angular, em que se interpenetram cinco dimensões: investigativo-cartográfica (relacionada à compreensão/interpretação dos espaços internos e externos em que ocorre a prática), prático-teórica (movimento de compreensão da experiência e sua interpretação pela palavra), clínica (diálogo que permite o entrelaçamento de significações e experiências), pedagógica (a aprendizagem que se realiza no nomear a experiência, na atribuição de sentido, na multiplicação dos sentidos possíveis e na compreensão do processo de aprendizagem clínica) e ético-política (na construção de referenciais a partir dos quais é possível compreender o mundo e agir sobre ele)