Desassossego de um tempo sem demora: pensar fenomenologicamente clínica e educação

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Carminholi, Carla Caminata
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/47/47131/tde-08042024-161901/
Resumo: Esta tese tem como pretensão pensar fenomenologicamente clínica e educação a partir de reflexões suscitadas pela manifesta diferença entre minha atuação na educação escolar e no clinicar em consultório. As experiências nesses diferentes locais de trabalho evidenciam perguntas que se colocaram na tentativa de questionar pressuposições tidas como óbvias. Clínica é considerada sinônimo de consultório, um lugar específico e imóvel. Essa correspondência é questionada pela experiência na educação escolar, que também me coloca diante do outro e das demandas ali presentes enquanto clínica. Clinicar, nessa instituição, significa romper automatismos que surgem das exigências por eficiência e respostas rápidas, consequências de um tempo apressado, além de conseguir estar com o outro em sua condição existencial mais livre para deixá-lo ser quem é. Essas reflexões levantaram perguntas sobre esse tempo sem demora que caracteriza o contexto no qual vivemos atualmente e como esse tempo não deixa espaço para o pensar que reflete. Diante dessas considerações, o caminho percorrido nesta tese marca, no capítulo METODOLOGIA, o solo sobre o qual o pensamento se dá: a fenomenologia. No capítulo TEMPO SEM DEMORA discute-se a Era da Técnica e seus indivíduos consumidos por uma exaustão ininterrupta. No capítulo seguinte, PARAR PARA PENSAR, faz-se um resgate do pensamento filosófico, aquele antes de a Filosofia tornar-se disciplina, que é o pensamento que aguarda, o pensamento que permite o estranhamento que questiona pré-conceitos e possibilita a escuta do fenômeno que aparece tal como aparece. Por fim, nos dois capítulos seguintes reflete-se justamente sobre como esse tempo caracteriza a educação e o fazer escolar, e a atuação dentro do consultório. Também, explicitam como a fenomenologia pode oferecer preciosa escuta para perceber o clinicar enquanto verbo.