Ungaretti e os modernistas: encontros e desencontros

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2000
Autor(a) principal: Wataghin, Lucia
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8151/tde-02062023-151515/
Resumo: A tese concentra-se nas relações de Giuseppe Ungaretti com os modernistas brasileiros, com os quais o poeta italiano entrou em contato nos anos 1937-1942, período em que foi docente de Literatura Italiana junto à recém-fundada Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da Universidade de São Paulo. A tese parte das relações entre Ungaretti e o poeta franco-suiço Blaise Cendrars: Cendrars, amigo de Ungaretti (na segunda década do século) e posteriormente amigo de Oswald de Andrade e de outros modernistas brasileiros, pode ser considerado uma espécie de intermediário entre Ungaretti e o modernismo brasileiro. Um dos elementos de afinidade Ungaretti/Cendrars/modernistas é o interesse comum pelas culturas \"primitivas\"; este mesmo elemento se encontra também na antologia de traduções de poesia brasileira de Ungaretti, que começa justamente com três lendas cosmogônicas indígenas e um canto popular. A tese é dedicada à análise desses textos e das traduções ungarettianas do Pau-Brasil, de Oswald de Andrade e dos \"Poemas da Amiga\", de Mário de Andrade. A análise do material selecionado evidencia que o diálogo de Ungaretti com os modernistas - uma continuação de seu diálogo com as vanguardas do começo do século - foi extremamente vivo e esteve intimamente ligado ao desenvolvimento de sua poesia. No período de sua permanência na França, o interesse pelas culturas \"primitivas\" estava associado, para Ungaretti, à saudade da África natal eàs pesquisas da vanguarda européia (particularmente às de Cendrars). Na antologia brasileira, o Brasil torna-se símbolo do desejo de um retorno às origens, na medida em que Ungaretti o associa à África, e o interesse pelos textos ditos\"primitivos\" se aprofunda. Os mitos cosmogônicos indígenas interessam a Ungaretti porque repropõem temas constantes e fundamentais de sua poesia: morte/renascimento, caos/cosmo, destruição/criação. São temas que pertencem a uma área que é de interesse ) tipicamente modernista. No capítulo dedicado às relações Ungaretti/Oswald de Andrade, são discutidos alguns temas do diálogo com os modernistas, que surgem seja das traduções ungarettianas do Pau Brasil, de Oswald de Andrade, sejado texto original de Ungaretti, \"Semantica\", que acompanhava as traduções. O estudo desse material evidencia a simpatia e a substancial adesão do poeta a temas e formas modernistas. O último capítulo é dedicado às relações entre Ungaretti e Mário de Andrade e se concentra sobretudo nas afinidades entre as posições dos dois poetas a respeito do debate vanguarda/tradição