Desencontro e experiência urbana em contos de Caio Fernando Abreu

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2010
Autor(a) principal: Magri, Milena Mulatti [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/94178
Resumo: O presente trabalho tem por objetivo investigar as articulações entre desencontro, cidade e experiência urbana contemporânea em contos de Caio Fernando Abreu. Para tanto, foram selecionados dez contos dos livros O ovo apunhalado (2001), Morangos mofados (1982), Os dragões não conhecem o paraíso (1988) e Ovelhas negras (2002). Sustenta-se como hipótese que o desencontro se caracteriza como uma proposta estética na obra de Caio Fernando Abreu, que constrói o olhar, por muitas vezes crítico, do escritor sobre a cidade e a experiência urbana. O estudo do desencontro, neste trabalho, contempla quatro diferentes formas de manifestação dessa experiência: 1) o desencontro como dificuldade de comunicação e de troca de experiências; 2) a constituição de diálogos desencontrados; 3) o desencontro entre presente e passado na vivência do personagem marcada por frustração ou trauma; e 4) o desencontro do personagem consigo mesmo. O desencontro, na obra de Caio Fernando Abreu, será analisado em conjunto com as considerações de Walter Benjamin (1986; 1994) sobre experiência, perda da experiência e narração. O conceito de história, também de Walter Benjamin (2005), será importante para a compreensão da representação da história recente do país, em contos de Caio Fernando Abreu. Buscamos investigar, nos contos, os principais procedimentos narrativos que constituem a experiência do desencontro, a saber, a construção de personagens estereótipos, o anonimato, a construção de diálogos desencontrados, a construção de monólogos que, por vezes, se aproximam da noção de testemunho, a citação, a ironia e a não resolução do conflito dramático no desfecho das narrativas.