Conhecimento científico e cotidiano: concepções, preocupações e ações de estudantes do ensino médio

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Silva, Raniele Aparecida da
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/81/81132/tde-12052022-130402/
Resumo: Para que Ensino de Química seja significativo e possibilite uma formação para o exercício da cidadania é essencial que a escola proporcione aos estudantes uma educação que desenvolva as relações entre os conceitos científicos e aspectos sociais, ambientais, tecnológicos, éticos e políticos. Como ponto de partida para um ensino de Química que construa as relações CTSA, que permita o debate de diferentes opiniões e posicionamentos dos estudantes, bem como, proporcione a tomada de decisão, os docentes podem se utilizar de temas sociocientíficos. Esses temas têm como ponto de partida o contexto e a realidade social que os discentes estão inseridos e contemplam situações locais, regionais e até mesmo globais. Para que a educação possa abordar esses temas é essencial conhecer opiniões, visões, interesses e preocupações que os estudantes indicam. Nesse sentido, o presente trabalho buscou conhecer e discutir as opiniões de alguns alunos dos estados de Minas Gerais e de São Paulo sobre as diferentes situações locais, regionais e globais que lhes são fontes de preocupação. Investigamos, também, como os estudantes reconhecem a química em seu dia a dia, quais são as suas opiniões sobre os conteúdos de química que são abordados nas escolas e por fim, suas preferências sobre as disciplinas de ciências da natureza. Nossos resultados mostram que os estudantes têm preocupações com alimentação, poluição, lixo, falta de reciclagem e aquecimento global, temas esses que podem ser construídos pelos professores nas aulas de Química. Outras preocupações como violência, desigualdade social, economia, discriminação podem não ser pontos de partida para as aulas de Química, mas podem permear as discussões de diferentes conceitos ou serem temas de projetos interdisciplinares e de feiras de ciências. Os estudantes, ainda, reconhecem a importância dos conceitos químicos e estabelecem relações entre eles e seu cotidiano e a sociedade. Apesar disso, os alunos não desejam seguir a carreira científica e nem a carreira de Químico, e os conceitos discutidos em sala parecem pouco contribuir para criticidade, para apreciação da natureza e para a tomada de decisões. Os resultados de nossa pesquisa parecem evidenciar um pequeno avanço no ensino de Química, em que os professores ainda constroem um ensino pautado na memorização e na grande realização de exercícios, mas que também abordam as aplicações de química na sociedade e de algumas implicações sociais e ambientais. Os dados obtidos como as situações preocupantes podem contribuir para professores abordarem com maior ou menor ênfase determinados temas em suas aulas, relacionando sempre com aspectos ambientais, tecnológicos, éticos e políticos. Ainda, esta pesquisa mostra a necessidade de elaboração de materiais didáticos para os diferentes assuntos, numa abordagem CTSA, para que os professores possam consultar e utilizar em suas aulas.