Avaliação clínica de cães com cardiomiopatia dilatada idiopática, submetidos ao tratamento com carvedilol

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2006
Autor(a) principal: Leomil Neto, Moacir
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/10/10136/tde-04092007-161937/
Resumo: A cardiomiopatia dilatada (CMD) é uma doença freqüente na clínica veterinária que acomete, principalmente, a espécie canina, habitualmente os machos, jovens ou adultos-jovem, das raças grandes e gigantes, em especial Doberman e Boxer. A doença caracteriza-se por uma redução na contratilidade e, freqüentemente, por arritmias que resultam na diminuição do volume sistólico e do débito cardíaco. O tratamento convencionalmente preconizado para cães acometidos pela CMD consiste na prescrição de vasodilatadores, agentes inotrópicos positivos (digitálico), diuréticos, dieta hipossódica e, quando necessário, antiarrítmicos. A ativação do sistema nervoso simpático (SNAS) ocorre em resposta à redução do débito cardíaco e da pressão arterial observados em casos de insuficiência cardíaca. Porém a partir de um certo grau os efeitos hipertensivos, cronotrópicos e inotrópicos positivos do SNAS geram graves alterações cardíacas como a sobrecarga de pressão e volume nos ventrículos, conseqüente isquemia miocárdica, morte de miócitos com deposição de tecido conjuntivo, diminuição da contratilidade cardíaca e nova sobrecarga de pressão e volume. O carvedilol é um β-bloqueador de 3a geração, não seletivo, que bloqueia igualmente e competitivamente os receptores β1, β2 e β1. O carvedilol produz uma evidente vasodilatação periférica, exerce efeitos anti-oxidantes, removendo radicais livres de oxigênio e prevenindo a peroxidação lipídica nas membranas cardíacas, prevenindo a perda de miócitos e a ocorrência de arritmias e reduzindo a taxa de mortalidade em pacientes humanos. O objetivo do presente estudo foi avaliar clínica, eletrocardiográfica, radiográfica e ecocardiograficamente a evolução de cães com cardiomiopatia dilatada (CMD) tratatos com terapia convencional associada ao carvedilol. Para tal foram avaliados 49 cães com CMD divididos em: grupo NT, tratado com terapia convencional, e grupo T, tratado com terapia convencional associada ao carvedilol. Os animais foram submetidos à avaliação clínica e a exames complementares durante o período de um ano. Os resultados demonstraram que a terapia com carvedilol apresentou boa tolerabilidade na dose de 0,3 mg/kg/12-12horas, aumentou a sobrevida dos cães em 30,9%, não alterou as pressões sistólica e diastólica, reduziu a freqüência cardíaca após três semanas de terapia, melhorou significantemente as frações de encurtamento e ejeção após seis meses de tratamento, não promoveu alterações radiográficas e da distância E-septo, diminuiu o índice de letalidade da doença, fato demonstrado pela melhora no escore clínico e na classe funcional dos animais, obtidas após três semanas de terapia com carvedilol.