Estudo da sobrevida e de fatores prognósticos em cães com cardiomiopatia dilatada idiopática

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2007
Autor(a) principal: Yamaki, Fernanda Lie
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/10/10136/tde-28092007-155033/
Resumo: Cardiomiopatia dilatada (CMD) é uma das doenças cardiovasculares adquiridas mais comuns em cães afetando principalmente cães de raças grandes e gigantes, além do Cocker Spaniel Inglês e Americano. A anormalidade primária é a diminuição da contratilidade miocárdica, com dilatação secundária das câmaras cardíacas, que pode evoluir para insuficiência cardíaca, apresentar arritmias (atrial e/ou ventricular) e resultar em óbito em qualquer estágio da doença (sendo a morte súbita relativamente comum). Poucos estudos em cães, sendo a maioria retrospectiva, têm o objetivo de determinar fatores prognósticos, e predizer o prognóstico em qualquer paciente continua a ser um desafio. Portanto, no presente trabalho objetivou-se estudar a sobrevida de cães com CMD, assim como observar possíveis fatores determinantes de sobrevida. Para tal, foram avaliados 50 cães com CMD por meio de exame físico, radiográfico de tórax, eletrocardiográfico (eletrocardiograma de repouso e monitorização Holter) e ecocardiográfico. Os animais foram acompanhados por pelo menos 150 dias ou até o óbito. Avaliou-se a influência da idade, raça, sexo, fração de encurtamento do ventrículo esquerdo (FE), da classe funcional da insuficiência cardíaca, da presença de ascite, efusão pleural, edema pulmonar, insuficiência cardíaca bilateral, fibrilação atrial (FA) ou de arritmias ventriculares na sobrevida. A sobrevida dos cães com CMD variou de cinco dias a 1021 dias, com tempo médio de 347 dias, e tempo mediano de sobrevida foi de 223 dias; a probabilidade de sobreviver por seis meses foi de 51%, por um ano foi de 37% e por dois anos foi de 13%. Os cães da raça Cocker Spaniel Inglês apresentaram maior sobrevida em relação aos cães da raça Doberman e aos cães de outras raças. A presença de FA (p<0,03) e de arritmias ventriculares (tanto de ectopias ventriculares no eletrocardiograma de repouso (p<0,02) como de taquicardia ventricular não sustentada (p<0,0001) na monitorização Holter) foram associadas a menor sobrevida, enquanto que a idade, FE, sexo, classe funcional da insuficiência cardíaca, presença de ascite, efusão pleural, edema pulmonar ou insuficiência cardíaca bilateral não estiveram associados a aumento da mortalidade. A sobrevida foi variável, mas o prognóstico em geral foi ruim. O melhor preditor diagnóstico foi a presença de taquicardia ventricular não sustentada na monitorização Holter.