Costuras a muitos corpos para dançarelar na Educação Infantil: formação inicial docente e estágio supervisionado em Dança

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Almeida, Fernanda de Souza
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/48/48137/tde-27022023-110826/
Resumo: A presente tese de doutoramento carrega em seu bojo uma investigação sobre a formação inicial docente em Dança, especialmente, o estágio supervisionado obrigatório na licenciatura em Dança, com crianças pequenas da Educação Infantil. Parte do pressuposto de que meninas e meninos de pouca idade são capazes de construir saberes e sentidos às experiências, incorporando-as, decantando-as, no (re)conhecimento da alteridade da infância, em suas produções e expressões multilinguageiras, sensoriais, corpóreas e imaginativas, para uma formação de professoras/es em Dança, que as tenha como parceiras de aventuras lúdicas, rumo à curiosidade, ao inusitado, ao espanto, ao encantamento, à imaginação, à criação e à própria formação de estudantes e professoras/es. O interesse por tal tema emergiu de um exercício de autorreflexão acerca do percurso artístico, profissional e acadêmico, num processo que desvelou as relações entre as concepções de Educação, Dança, infância e Formação de professoras/es, na atuação como docente da Licenciatura em Dança, da Universidade Federal de Goiás (UFG), frente ao Estágio Curricular Obrigatório em Dança na Educação Infantil. Para isso, a produção de materiais para análise, ocorreu por meio do estado do conhecimento em Dança, Educação, Infância e Estágio, do acesso aos diários de campo de estudantes, em três diferentes experiências do estágio supervisionado com crianças matriculadas nos Centros Municipais de Educação Infantil (CMEIs), nos anos de 2017 e 2018, exploração de fotos e apresentação das minhas impressões sobre o processo, bem como reflexões a respeito da minha própria atuação como formadora. Dessa maneira, ao empregar um ponto de vista multirreferencial para o objetivo dessa tese, em diálogo com construtos teóricos que atravessam os campos da Arte, da Educação e dos estudos sociais da infância, como a Sociologia da infância, a Pedagogia da Educação Infantil e a Filosofia, assumiu-se um modo bricoleur de investigar, que se desenhou, ao longo do processo, como uma pesquisa-ação. As análises dos materiais produzidos evidenciaram a importância do (re)conhecimento e acolhimento do desconhecido, do devir e do caos que a atuação com as crianças pequenas revela. Assim, após acompanhar in loco e refletir sobre três processos estéticos, identifiquei que: 1) a tentativa de se avizinhar das distintas lógicas e expressividades das crianças pequenas; 2) acessar suas brincadeiras e construções lúdicas; e 3) observar e escutar seus gestos e movimentos. podem se tornar o centro do processo criativo e formativo das/os estudantes e docentes, na elaboração de propostas dançantes que necessitavam envolver tempos, espaços, sensorialidades e materialidades diversificadas e flexíveis para a Educação Infantil. Uma formação inicial, e por que não, continuada e permanente, que adota concepções brincalhonas, imaginativas, infancializantes, dialógicas, integrativas, horizontais, autorais, decolonizadoras e transmutadoras, ao fomentar a emancipação, a autonomia, a investigação, a criação, os modos diversos de se apropriar, transformar e revigorar o saber mediado na Universidade, ao ambiente educativo infantil e as experiências artísticas de movimento. Um estágio que esteja mais próximo da escola, não só das/dos estudantes da graduação, mas as/os próprias/os docentes universitária/o e todo o curso de graduação, para uma formação de docentes que exerçam sua poética da docência em Dança que, ao ensinar também aprendam, desaprendam e reaprendam, constantemente, ao longo do fazer artístico pedagógico, inventando e reinventando criativamente sua docência.