A formação nas Licenciaturas em Dança das universidades públicas federais gaúchas pela voz das(os) docentes formadoras(es): O que é que essas(es) “profes” têm?.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Barboza, Mônica Corrêa de Borba
Orientador(a): Zanchet, Beatriz Maria Boéssio Atrib
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pelotas
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Educação
Departamento: Faculdade de Educação
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://guaiaca.ufpel.edu.br/handle/prefix/5606
Resumo: Esta tese foi desenvolvida dentro da linha de pesquisa “Formação de Professores, Ensino, Processos e Práticas”. Apresenta uma investigação com abordagem qualitativa e com inspiração em Estudos de Casos Múltiplos. Buscamos investigar como acontecem os processos de formação nas licenciaturas em Dança, nas instituições públicas federais do Rio Grande do Sul, por meio das vozes das(os) docentes formadoras(es). Para isso, realizamos entrevistas semiestruturadas durante o ano de 2018 e início de 2019, com um total de 20 docentes efetivos das seguintes instituições: Universidade Federal de Pelotas, Universidade Federal de Santa Maria e Universidade Federal do Rio Grande de Sul. Também fizemos estudos paralelos dos projetos pedagógicos dos referidos cursos. Como suporte teórico-metodológico para a pesquisa, utilizamos, principalmente, estudos de Bardin (2011), Bodgan e Biklen (1994), Freire (2005, 2011, 2015a, 2015b, 2018), Marques (1997, 2008, 2010a, 2010b, 2014), Nóvoa (2007, 2009, 2011, 2017, 2018), Shulman (1986, 2005), Sousa Santos (2008, 2010, 2011), Strazzacappa (2006, 2009, 2012a, 2012b, 2012c, 2014a, 2014b), e Yin (2001). Os dados evidenciam que, à medida que o corpo docente dos cursos se institui, as graduações vão ganhando identidade própria em cada instituição, de acordo com seu contexto. De modo semelhante às demais licenciaturas na área espalhadas(os) pelo país, os grupos são constituídos por professoras(es) oriundas(os) de trajetórias variadas na formação artística e científica. Estas(es) educadoras(es) demonstram grande envolvimento afetivo e constante engajamento político com a consolidação dos cursos e com a Dança. A nova geopolítica provocada pelos Contextos Emergentes traz, segundo as(os) docentes, um impulso potente que tem movido as reflexões em torno dos projetos pedagógicos e das práticas desenvolvidas. Das concepções das(os) entrevistadas(os) acerca da formação, sobressai o conceito de professor-artista-pesquisador, tendo a experiência artística como o centro do percurso formativo. Perpassa também nesta tríade um forte viés político. Com muitas nuances da perspectiva teórica freireana, as(os) professoras(es) demonstram ser mobilizadas(os) por um exercício constante de escuta. Escuta de sua própria prática, do que emerge dos estudantes, dos seus pares e dos projetos pedagógicos em ação. Da multiplicidade de trajetórias e das influências formativas, materializam-se diversas abordagens pedagógicas que parecem em linhas gerais: fugir de uma perspectiva conteudista, construir processos dialógicos com os estudantes, respeitando suas individualidades e buscar a fusão teoria/prática, o que repercute também nos processos avaliativos. Paira sobre os discursos e as práticas nos três cursos a incerteza com relação ao futuro da área e a inserção dos egressos no mundo do trabalho. Para vencer os imensos desafios que cercam a formação na licenciatura em Dança, as(os) docentes formadoras(es) desenvolvem grande comunicabilidade, promovendo trocas com a produção de Dança externa às instituições formais, com as instâncias internas das universidades, com o espaço escolar e com os seguimentos de representatividade política. Além disso, buscam manter viva sua produção artística, fluxo de vitalidade e, ao mesmo tempo, necessidade da área de fazer-se conhecer plenamente nos ambientes de educação formal.