Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2016 |
Autor(a) principal: |
Barros, Juliana de Oliveira |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5170/tde-02052016-104008/
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Resumo: |
INTRODUÇÃO: Com base no referencial teórico da Psicodinâmica do Trabalho, compreende-se que a construção da subjetividade e, consequentemente, da identidade e da saúde mental dos sujeitos adultos têm no trabalho lugar central. OBJETIVO: Evidenciar componentes da organização do trabalho que possam favorecer a produção da saúde, a construção e o fortalecimento da identidade de sujeitos singulares e coletivos profissionais, a partir da compreensão de uma situação especifica de trabalho. METODOLOGIA: Trata-se de estudo de caso de caráter exploratório. Foi desenvolvido com um grupo de médicos inseridos no Hospital Universitário da Universidade de São Paulo, cujo trabalhar é atravessado pela coordenação de equipes e/ ou ações de cuidado. Realizou-se 14 entrevistas semi-estruturadas entre os meses de setembro de 2013 e abril de 2014, organizadas em duas fases. Da primeira, participaram sete médicos que ocupavam cargos de gestão. Puderam auxiliar na compreensão do organograma geral da instituição, do fluxo e da organização do trabalho médico. Da segunda fase, participaram sete médicos que, além de assistentes, atuavam como chefes de plantão. Pela importância das ações desenvolvidas por estes profissionais na dinâmica hospitalar e pela disponibilidade em participar do estudo, constituíram-se como a população alvo do mesmo. Adotou-se a postura fenomenológico hermenêutica para interpretação dos achados. Caracterizou-se o trabalhar e a identidade profissional desses sujeitos a partir de quatro eixos: conteúdo do trabalho; recursos disponíveis para realização das atividades previstas; trajetória para chegada nessa função e; experiências de sofrimento e prazer no trabalho. RESULTADOS: Semanalmente, por 12 horas consecutivas, os médicos chefes de plantão respondem por questões administrativas, representando a diretoria do hospital frente aos trabalhadores e usuários do serviço. Baseados em aspectos técnicos, nas regras institucionais e do trabalho tomam, simultaneamente, decisões clínicas no que se refere à possibilidade de acolhimento do conjunto de sujeitos que procura o hospital. Objetivam, ao máximo, manter a regularidade e a continuidade do funcionamento institucional e melhorar a resolutividade do atendimento prestado. Todos os recursos materiais e humanos da instituição são aliados quando das tomadas de decisão, mesmo se feitas de forma individual. Foram convidados pela diretoria do hospital a desempenharem essa função, a partir da identificação de certas características pessoais e profissionais. Dentre todas as atividades desenvolvidas, ocupar-se da gestão regulatória dos leitos hospitalares frequentemente os coloca diante de situações de impotência. DISCUSSÃO: Os chefes de plantão são profissionais que transitam entre o fazer clínico e a coordenação de situações e pessoas. Evidencia-se a importância do julgamento de utilidade técnica e social emitido, sobretudo, por aqueles que compõem a base da linha hierárquica organizacional, ao terem sua autoridade fundada nas competências profissionais e na qualidade das arbitragens que realizam. O reconhecimento, enquanto retribuição de natureza simbólica, parece impulsionar a construção de soluções criativas face às dificuldades encontradas no trabalho. Ressalta ainda o lugar do outro no movimento de conquista da própria identidade. Encontram-se diante de um cenário no qual, além de serem beneficiários, fomentam processos de cooperação a partir do modo como fazem a gestão. Os anos de trabalho compartilhado entre as mesmas equipes e a ética do cuidado em saúde, parecem sustentar esta dinâmica. CONCLUSÕES: Compreende-se que a cooperação e o reconhecimento são aspectos importantes quando se trata da produção da saúde mental e da prevenção de situações de adoecimento no trabalho. São ainda decisivos para a conquista da emancipação pela via do trabalho. Entender as condições que tornam possível a existência deles no seio das instituições é fundamental para aqueles que desejam aliar a produção de bens ou serviços à produção da saúde dos trabalhadores |