Resumo: |
INTRODUÇÃO: A principal inervação do músculo trapézio é realizada pelo nervo espinal acessório. Diversos estudos descrevem a participação de raízes do plexo cervical na inervação, de modo direto ou através de conexões com o nervo espinal acessório. Ainda não há uma compreensão adequada sobre como evoluiu o músculo trapézio após o uso do nervo espinal acessório em procedimentos de transferências de nervo com a técnica habitual, preservando-se pelo menos um ramo para o trapézio superior. MÉTODOS: Foram avaliados 20 pacientes, com sequela de lesão traumática do plexo braquial e que foram submetidos a procedimentos cirúrgicos de reparação do plexo braquial ou transferência muscular livre, incluindo a técnica de transferência do nervo espinal acessório, realizado há mais de 1 ano. O músculo trapézio (suas três porções) foi avaliado através de exame físico, ressonância nuclear magnética (análise da substituição gordurosa) e eletroneuromiografia. RESULTADOS: Nos três métodos de avaliação utilizados, as porções média e inferior do músculo trapézio apresentaram acometimento morfológico e/ou funcional bem mais significativo do que a porção superior, na maioria dos casos avaliados. Houve diferença estatisticamente significante na comparação de todos os resultados dos exames complementares, entre o lado acometido (com sacrifício do nervo) vs lado normal, nas porções média e inferior do músculo trapézio. CONCLUSÕES: O exame físico isoladamente não é suficiente para determinar a funcionalidade residual do músculo trapézio. A RNM é um bom exame para avaliar o acometimento morfológico do músculo trapézio. A ENMG é um bom exame para avaliar o acometimento funcional do músculo trapézio. Os resultados sugerem que as porções média e inferior do músculo trapézio não são úteis para procedimentos de transferências musculares, na maior parte dos casos avaliados |
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