Estudo morfológico da viabilidade do uso do nervo intercostobraquial como doador na restauração cirúrgica da sensibilidade da mão em portadores de lesões completas do plexo braquial

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Foroni, Luciano Henrique Lopes
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5138/tde-17112016-163857/
Resumo: INTRODUÇÃO: A recuperação de sensibilidade protetora na mão deve fazer parte da estratégia na reconstrução cirúrgica das lesões completas do plexo braquial. Existem poucos nervos doadores de fibras sensitivas disponíveis e há poucos trabalhos relacionados na literatura. Um possível doador é o nervo intercostobraquial (NICB), que é o ramo cutâneo lateral do segundo nervo intercostal que inerva a pele da região póstero-medial do braço e da axila. OBJETIVOS: Avaliar a viabilidade anatômica de utilização do NICB como doador de fibras sensitivas para a contribuição do cordão lateral para o nervo mediano (CLNM) e comparar o número de fibras do NICB e da CLNM, para analisar a compatibilidade anatômica entre esses nervos. MÉTODOS: Trinta cadáveres adultos não fixados foram dissecados no Serviço de Verificação de Óbitos da Capital da Universidade de São Paulo, São Paulo, Brasil. Dados de sexo, altura e peso foram registrados. O NICB e o plexo braquial infraclavicular à direita foram expostos e parâmetros anatômicos como número de ramos na origem, diâmetro e divisões no curso do NICB foram mensurados, caracterizados e registrados, assim como o diâmetro da CLNM. As distâncias entre a origem do NICB e seu ponto de divisão e ponto de coaptação com a CLNM também foram medidas e registradas. Fragmentos de nervos foram retirados dos últimos dez espécimes para análise histomorfométrica com contagem do número de fibras de quatro nervos: NICB, nervo supraclavicular (NSC), terceiro nervo intercostal (3ºNIC) e CLNM. RESULTADOS: Oito cadáveres eram do sexo feminino e 22 do masculino. A média de idade, altura e peso foram, respectivamente, 62 anos, 166 cm e 59,5 Kg. O diâmetro médio do NICB na sua origem foi de 2,1 mm e no seu ponto de coaptação de 2,7 mm. O diâmetro médio da CLNM foi de 3,7 mm. Vinte e oito (93,3%) NICBs apresentaram-se como tronco único em sua origem e, em seu trajeto na axila, 22 deles (73,3%) se dividiram em 2 ramos, sete (23,3%) dividiram-se em três ramos e um atingiu o braço como tronco único. As distâncias médias entre a origem do NICB e o seu ponto de ramificação e de coaptação à CLNM foram 23,8 mm e 54 mm, respectivamente. Todos os NICBs dissecados tinham extensão suficiente para alcançar a CLNM. Os números médios de fibras do NICB, NSC, 3ºNIC e CLNM foram 984, 693, 470 e 5273, respectivamente. A análise estatística mostrou diferença significativa entre o NICB e o 3ºNIC, e entre a CLNM (receptor) e os outros potenciais nervos doadores (NICB, NSC e 3ºNIC). CONCLUSÕES: A transferência do NICB como um doador de axônios sensitivos para a CLNM foi anatomicamente viável. O NICB apresenta número de fibras maior do que o 3ºNIC, mas sem diferença significativa em comparação com o NSC. Considerando a importância da recuperação da sensibilidade protetora na mão, esta técnica pode se tornar importante contribuição em doentes com lesões completas do plexo braquial