Neurotizações seletivas para ganho de rotação externa do ombro: estudo anatômico visando a aplicação no tratamento de lesões do plexo braquial

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Veronesi, Bruno Azevedo
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5140/tde-14112024-134144/
Resumo: INTRODUÇÃO: as lesões do plexo braquial que envolvem isoladamente as raízes de C5 e C6 ou o tronco superior causam ao ombro déficits de abdução e rotação externa. Os tratamentos cirúrgicos comumente empregados para esses casos apresentam resultados piores de recuperação da rotação externa. O objetivo deste estudo é avaliar a viabilidade de uma nova técnica cirúrgica, a transferência seletiva de ramos do nervo radial destinados ao músculo tríceps braquial aos ramos motores dos músculos infraespinal (rmIE) e redondo menor (rmRm), por meio de estudo anatômico. MÉTODOS: em 20 cadáveres adultos foram realizadas dissecções, por via posterior, dos nervos supraescapular, axilar e radial. Foram feitas medidas de comprimentos e diâmetros dos seus ramos motores. Medidas entre marcos anatômicos foram feitas com a finalidade de estimar as posições desses nervos. A viabilidade das transferências de nervos foi feita de maneira indireta, pelas medidas em relação à borda inferior do músculo redondo maior, e de maneira direta, simulando cada neurotização. Em 10 casos foram feitas contagens de axônios a fim de avaliar a compatibilidade entre os nervos doadores e receptores. RESULTADOS: os nervos supraescapular e axilar não apresentaram variações relevantes nas dissecções quanto aos trajetos e ramificações. Após neurotomias e mobilizações no sentido das transferências de nervos, o rmIE ficava mais distante que o rmRm dos nervos doadores. Sobre a inervação do músculo tríceps braquial pelo nervo radial, a cabeça longa recebeu sempre um ramo (rmCLoT), a cabeça lateral recebeu um ou, com mais frequência, dois ramos (rmCLaT1 e rmCLaT2) e a cabeça medial recebeu, exceto em um caso, dois ramos (rmCMT1 e rmCMT2). Dentre esses ramos, o rmCMT2 foi o que teve maior comprimento e, logo, maior alcance aos ramos receptores, seguido pelo rmCMT1. Sobre os diâmetros, o rmCMT2 e o rmCLoT tiveram maiores medidas entre os doadores e melhor compatibilidade com o rmIE. Já com o rmRm, além desses, o rmCMT1 também apresentou boa compatibilidade. As transferências de nervos com maiores taxas de viabilidade quanto aos comprimentos foram do rmCMT2 para o rmIE e do rmCMT1 para o rmRm. Quanto à contagem de axônios, o rmIE apresentou melhor compatibilidade com o rmCMT2 e o rmRm com o rmCMT1 ou rmCLoT. CONCLUSÃO: é anatomicamente viável a transferência de ramos do nervo radial destinados ao tríceps para os ramos motores dos músculos infraespinal e redondo menor. Levando-se em consideração as distâncias, diâmetros e número de axônios, apesar de diferentes possibilidades caso a caso, os ramos destinados à cabeça medial do tríceps foram os melhores doadores