A janela e a moldura - o espaço e o enquadramento nas obras de Rodrigo Andrade e de Pedro Calapez

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Mestre, Tiago Alexandre Teixeira
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/16/16136/tde-16022017-122213/
Resumo: O ponto de partida para este trabalho sobre a \"janela\" e a \"moldura\" advém da consideração de que estes dispositivos são simultaneamente objeto e pensamento. Ocupam um espaço teórico fundamental na cultura ocidental enquanto lugares de enunciação, de apresentação e de representação. Ao mesmo tempo que a janela é um elemento estruturante da gramática construtiva da arquitetura, ela pode ser entendida como metáfora para a moldura na pintura e, nesse sentido, este par conceitual encontra-se na base da formulação da visualidade e da espacialidade na cultura ocidental. Propomo-nos com o presente trabalho compreender a existência de uma correlação entre dois universos comparados (Pintura e Arquitetura), especulando sobre novas possibilidades de entendimento da \"janela\" na Arquitectura e da \"moldura\" nas Artes Visuais. Para tal, sugerimos o estudo de caso da obra dos artistas visuais Pedro Calapez e Rodrigo Andrade (desde os anos 80), tentando entender se a problemática da moldura (limite do plano pictórico) e da janela (enquadramento de paisagem/dispositivo arquitetônico) se pode constituir como paradigma no entendimento da prática destes dois artistas e daí especular sobre a sua possível correlação com a produção arquitetônica contemporânea. O estudo recairá incisivamente sobre a emancipação da obra de arte em relação aos seus dispositivos de apresentação tradicionais (moldura e pedestal), questão que marcou profundamente a espacialidade da arte ao longo do séc. XX, com o advento do modernismo. Partindo do texto \"De pictura\" de Alberti constrói-se um percurso histórico até à atualidade, onde se procura identificar e caracterizar os diversos momentos paradigmáticos dos conceitos de moldura e de janela. Esta análise encontra fundamento em textos de crítica, teoria de arte e de arquitetura, ao mesmo tempo que propõe o estudo atento de obras de diversos artistas visuais, com incidência especial sobre os estudos de caso referidos. Em suma, busca-se aprofundar discussões possíveis em torno das questões de profundidade, planaridade, transparência, opacidade, limites do plano, espaço pictórico, bem como da própria natureza do trabalho da pintura, para daí tentar encontrar pares correlativos na arquitetura.