Risco idiossincrático e concentração de propriedade: evidências do mercado de capitais do Brasil

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2014
Autor(a) principal: Bernardo, Heloisa Pinna
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/12/12136/tde-20012015-115005/
Resumo: Esta pesquisa investigou os efeitos da estrutura de propriedade e da clareza na comunicação entre empresa e mercado sobre o risco idiossincrático das ações negociadas no mercado brasileiro de capitais de 2002 a 2012. O risco idiossincrático(1-R2) foi medida a partir do coeficiente de determinação da regressão dos retornos da ação em relação aos fatores sistemáticos (R2) e reflete o percentual dos retornos da ação não explicados pelos fatores sistemáticos. Neste estudo, empresas com alta concentração acionária são aquelas em que o maior acionista detém mais de 50% do total das ações ou em que os três maiores acionistas detêm, em conjunto, mais de 70% do total das ações. A concentração acionária afeta positivamente a volatilidade idiossincrática, enquanto o porte da empresa e a liquidez do papel na bolsa têm efeito oposto. Foi observada relação positiva entre a concentração acionária e o risco idiossincrático que, por sua vez, é menor nas empresas do setor financeiro, com alta concentração acionária. Contudo, parte do risco idiossincrático observado nas ações das empresas com alta concentração acionária decorre da menor liquidez do papel como consequência da pequena parcela das ações disponível aos investidores, e supostamente não está relacionada à incorporação das informações específicas aos preços. Nas empresas com alta concentração acionária, a volatilidade idiossincrática está positivamente relacionada à rentabilidade reportada e negativamente associada ao endividamento. As oportunidades de crescimento estão positivamente relacionadas com o risco idiossincrático nos casos em que a concentração acionária não é alta. Esse fato é compatível com a suposição de que as divergências sobre o impacto futuro do aproveitamento econômico das oportunidades com as quais a empresa se depara, gerariam variações nos preços decorrentes de informações específicas, corroborando com a suposição de que o risco idiossincrático reflete, ao menos em parte, as informações específicas incorporadas aos preços. Por outro lado, não foram encontradas evidências de que a clareza na comunicação entre a empresa e o mercado tenha efeito significativo na variabilidade dos retornos idiossincráticos. Se as informações específicas são incorporadas aos preços, a incorporação, ao que parece, não se dá pelos mecanismos atuais de fluxo de informação entre empresa e investidores.