Avaliação dos efeitos autócrino e parácrino da terapia gênica com adenovírus portador de IFNbeta e sua relaçao com IFNAR1 no melanoma e microambiente murino

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Vieira, Igor de Luna
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5155/tde-25102021-130239/
Resumo: O câncer é uma doença complexa, frequentemente sem cura e que está presente em todas as populações e em todas as idades. O câncer gera enormes perdas econômicas e emocionais, sendo que seus tratamentos atuais são caros e, tipicamente, pouco efetivos em casos avançados. O melanoma é um câncer de pele agressivo na sua evolução e frequentemente mortal para os hospedeiros, que apresentam a doença metastática, essa doença ainda possui poucos tratamentos efetivos. Frente a esta situação, é necessário a criação e desenvolvimento de novas abordagens com maior eficiência no tratamento do câncer. O Interferon beta (IFN) é uma citocina imuno-estimuladora com efeito anti- tumoral conhecido, porém sua aplicação sistêmica é tóxica. Nosso grupo propõe o uso de terapia gênica utilizando vetores adenovirais portadores do transgene terapêutico IFN (Ad-mIFN), assim, proporciona a produção do IFN de modo localizado e transiente, o que pode conferir um escape do efeito tóxico sistêmico. Os dados do grupo mostram que, em modelos murinos, a terapia gênica com Ad-mIFN in vitro resulta em morte celular e no modelo in situ induz retardo na progressão tumoral do melanoma. A investigação nesta tese teve como objetivo estudar os efeitos autócrinos e parácrinos nas células do microambiente e tumorais do melanoma após terapia gênica com IFN e a influência do seu receptor IFNAR1 neste contexto. Para investigar a influência da sinalização do IFN nos efeitos autócrinos e parácrinos, realizou-se o knockout do IFNAR1 em células da B16 e do microambiente (tEnd, NIH3T3) utilizando a tecnologia de CRISPR/Cas9. Os resultados mostraram que células transduzidas pelo Ad-mIFN necessitam da produção e liberação do IFN para a ativação da via do IFN/, pela ligação com os receptores IFNAR1/IFNAR2 e finalmente induzir a célula a morte, mecanismo conhecido como autócrino. As células transduzidas pelo Ad-mIFN também induzem efeito parácrino por inibir as células próximas, pelo mecanismo parecido com o autócrino, mas direcionado a outras células próximas. As células knockout para o IFNAR1 ficaram bloqueadas de receber os efeitos autócrinos e parácrinos do Ad-mIFN e da proteína recombinante do IFN (rIFN), porém mesmo sem o IFNAR1 elas continuam produzindo o efeito parácrino. Esses dados foram observados em células tumorais e células endoteliais e de fibroblastos. Outro estudo in vitro da terapia com Ad-mIFN e Ad-p19 na angiogênese utilizando células endoteliais, descobriu uma linhagem endotelial não responsiva ao tratamento com Ad-mIFN e a proteína IFN sozinha, porém essas células sofriam inibição quando colocadas em ensaios de efeito parácrino pela linhagem de melanoma transduzida com o Ad-mIFN. A observação desse fenômeno sugere a possibilidade da existência de outros fatores além do IFN, produzidos pelas células de melanoma transduzidas com Ad-mIFN, que estariam envolvidos no efeito parácrino. Ensaios de expressão gênica da linhagem de melanoma transduzida pelo Ad-mIFN mostraram aumento significativo de TRAIL, que pode ser um candidato para estar envolvido no efeito parácrino. Juntos, estes resultados indicam que a presença de IFNAR1 não é essencial para produção dos fatores necessários para induzir o efeito parácrino, porem a presença de IFNAR1 é necessário para a célula sofrer este efeito. Futuramente, as linhagens deficientes em IFNAR1 podem ser avaliadas em ensaios in vivo para revelar o papel do IFNAR1 nos efeitos autócrinos e parácrinos entre células tumor e seu microambiente após tratamento, incluindo com Ad- mIFN