Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2024 |
Autor(a) principal: |
Domingues, Ana Carolina Martins |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
|
Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
|
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
|
Departamento: |
Não Informado pela instituição
|
País: |
Não Informado pela instituição
|
Palavras-chave em Português: |
|
Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5155/tde-11092024-145017/
|
Resumo: |
Nas últimas décadas, as opções terapêuticas para pacientes oncológicos avançaram de forma sem precedentes, especialmente com o advento dos inibidores de checkpoint, anticorpos que bloqueiam vias inibitórias de células imunes, assim restaurando a atividade imunológica do próprio paciente contra o câncer. No entanto, uma parcela grande desses indivíduos não é contemplada por essa terapia, indicando a necessidade de novas alternativas para o tratamento desses tumores. Nosso grupo desenvolveu previamente uma terapia gênica com vetores adenovirais não replicativos codificando para ARF e interferon beta (IFNb). Em trabalhos anteriores foi observado que essa combinação de vetores promove morte imunogênica em modelos de melanoma. No entanto, ambas vias de p53 (restaurada pelo reestabelecimento de ARF) e IFNb já foram descritas como indutoras do aumento da expressão de PD-L1, ligante de um receptor inibitório, PD-1, expresso por linfócitos T. O aumento da sinalização por esta via é conhecido por aumentar a resistência a terapias e cooperar com a progressão tumoral, de forma que bloquear o eixo PD-L1/PD-1 (técnica conhecida como checkpoint blockade) concomitante à terapia gênica com ARF e IFNb poderia ter uma atividade terapêutica sinérgica. Para testar esta hipótese, analisamos primeiramente a expressão de PD-L1 em células de melanoma murino intrinsicamente resistente a esses inibidores. Após detectar um aumento substantivo deste ligante nos tumores de B16, fizemos uma combinação racional com a terapia gênica e checkpoint blockade in vivo, comparando também com um modelo sensível a esta imunoterapia, e observamos que não há uma resposta sinérgica relevante entre ambos. Ao fazer imunofenotipagem dos tumores B16 tratados, observamos que a combinação das duas estratégias não induz respostas superiores, mas que a terapia gênica sozinha induz importante resposta imune inata. Para melhor explorar o âmbito imunológico da resposta à terapia gênica, dezenove tumores de pacientes foram cultivados ex vivo e tratados. Como neste modelo de esferoides são preservadas as células imunes originais do tumor do paciente, nós pudemos correlacionar que, dos mais de 50% respondedores, maior parte eram tumores frios e com maior infiltrado mieloide, os quais tiveram maior modulação de citocinas, mesmo comparado com esferoides tratados com anti-PD-1. Importantemente, o status mutacional do locus que codifica para ARF não foi importante quando os esferoides foram tratados com os vetores com promotor constitutivo, mas sim com promotor responsivo a p53. Por fim, dos tumores tratados, os gastrointestinais e lipossarcomas tiveram as melhores respostas à terapia gênica. Esses resultados indicam que, apesar de haver um racional, na prática a terapia gênica com ARF e IFNb não tem sinergia notável. No entanto, essas análises apontaram outras direções importantes para a terapia gênica combinada, cuja aplicação para tumores frios e não responsivos a inibidores de checkpoint, notavelmente lipossarcomas, pode beneficiar ainda mais pacientes |