Faixa Itaiacoca: registro de uma colisão entre dois blocos continentais no Neoproterozóico

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 1994
Autor(a) principal: Reis Neto, Jose Manoel dos
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/44/44134/tde-30062015-150033/
Resumo: As rochas metassedimentares e metavulcânicas do Grupo Itaiacoca, e os complexos graníticos adjacentes, Cunhaporanga e Três Córregos, localizados no leste do Estado do Paraná, constituem a base deste estudo. A configuração das rochas graníticas, limitando as rochas deste grupo, define uma faixa geográfica denominadaa de Itaiacoca. O Grupo Itaiacoca, na região estudada, é constituído por quatro formações: Abapã, Serra dos Macacos, Bairro dos Campos e Água Clara. Estas possuem associações litológicas e estruturas sedimentares que permitem defini-las como unidaades penecontemporâneas de uma margem continental do tipo passiva. O ambiente tectônico e aa idadee de sedimentação do Grupo Itaiacoca, foram definidos através do estudo das rochas metadoleríticas e metavulcânicas que se encontram intercaladas nas formações Bairro dos Campos e Abapã, respectivamente. Utilizando os resultados geoquímicos, foi possível caracterizar ass rochas metadoleríticas, geradas em um ambiente distencional. As rochas metavulcânicas possuem teores elevados de \'K IND.2\'O e outros elementos LILE, permitindo interpretar que se tratam dee rochas ultrapotássicas, do tipo lamproíto. Ambos os complexos graníticos são cálcio-alcalinos ee constituídos por rochas gnáissicas, graníticas e riolíticas. As composições químicas distintas apresentadas pelas rochas desses complexos, levam a interpretá-los como raízes dee arcos magmáticos distintos. A integração dos métodos radiométricos Rb-Sr, Pb-Pb e Sm-Nd permitiu determinar uma idade dee 1.080 M.a. para a geração das rochas metadoleríticas e, possivelmente, de 1.250 \'+ OU -\' 100 M.a. para as rochas metavulcânicas. Essas idades indicam também que a sedimentação das rochas do Grupo Itaiacoca ocorreu no Mesoproterozóico. Os métodos radiométricos definiram, através das rochas gnáissicas, graníticas e riolíticas, idades distintas de implantação dos dois Complexos. As idades Neoproterozóicas dessas rochas ) possibilitaram inferir a implantação de um arco magmático, associado ao Complexo Cunhaporanga, entre 800-700 M.a., e outro, associado ao Complexo Três Córregos, entre 700-600 M.a.. As diferenças geoquímicas dos dois complexos graníticos foram ressaltadas nos resultados dos estudos isotópicos. Os isótopos de Sr, Pb e Nd determinaram que esses complexos provêm de distintos mantos do tipo subcontinental, possuidores de longa vida geológica. O manto que serviu de fonte para as rochas do complexo Três Córregos foi formado há \'+ OU -\' 2.200 M.a., a partir de um manto primordial, enquanto que o manto gerador das rochas do Complexo Cunhaporanga foi formado há \'+ OU -\' 1.800 M.a.. Esses dois mantos são produtos do desenvolvimento de um ciclo tectônico no Paleoproterozóico. A configuração atual dos dois Complexos é conseqüência do ciclo Tectônico Brasiliano que ocasionou a colagem de blocos continentais, possuidores de mantos subcontinentais com composição distinta. A ocorrência desse ciclo, na a região estudada, pode ser caracterizada pelo desenvolvimento de três períodos orogenéticos (compressionais), proporcionando a geração de magmatismo ácido cálcio-alcalino. A primeira orogênese foi denominada de Cunhaporanga (800-700 M.a.), a segunda Três Córregos (700-600 M.a.) e a terceira, por não estar bem representada na região, não foi denominada. O limite em subsuperfície da colagem de blocos continentais pode ser definido pela existência de anomalia gravimétrica associada à região da Falha de Itapirapuã. Atualmente a Faixa Itaiacoca é a região que limita os dois blocos continentais que existiram no Mesoproterozóico, e see colidiram no Neoproterozóico.