Heterogeneidade produtiva: ensaios sobre regiões, classes e cidades

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Coelho, David Guimarães
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/12/12140/tde-21092023-164409/
Resumo: A heterogeneidade setorial foi um atributo chave nos primeiros modelos da economia do desenvolvimento. Tais modelos frequentemente assumiam que tais heterogeneidades exibiam consequências relevantes direcionadas à distribuição de renda. Entretanto, com o fortalecimento da literatura relacionada aos regimes de demanda e suas respectivas conexões direcionadas ao crescimento econômico e ao comércio global, um canal mais estruturado relacionando os efeitos da distribuição de renda à heterogeneidade setorial permaneceu relativamente subestimado pela literatura até recentemente. Nesse sentido, estrutura-se um formato de três capítulos a fim de evidenciar a conexão entre o canal distributivo e três heterogeneidades distintas: a regional, a de classes e a de serviços. Diferentemente de um arcabouço Norte-Sul, estrutura-se inicialmente um modelo teórico no qual há duas regiões no mesmo país de condições produtivas similares. Ainda assim, a estrutura de mercado dessas regiões desencadeia em um comportamento distinto da função de poupança dos trabalhadores, permitindo assim diferentes regimes de demanda em regiões distintas oriundos de desnivelados vazamentos de demanda agregada. No segundo capítulo, desenvolve-se uma decomposição empírica um shift-share -para compreender a relação entre a composição de classes e as mudanças setoriais ocorridas no Brasil entre 2004 e 2013. Dados domiciliares revelam que, no período, a classe destituída exibiu o maior crescimento de renda entre todas as classes analisadas adjacentemente a uma dinâmica virtuosa de aumento de produtividade do trabalho até 2009. Entre 2009- 2013, entretanto, tanto a dinâmica de classes como a setorial se combinaram em uma dinâmica setorialmente regressiva e com ocupações de menor autonomia e maior rotineirização, especialmente na indústria de construção. Por fim, o terceiro capítulo trata da heterogeneidade dos serviços subjacentes ao espaço urbano. Um aumento nno hiato de salários entre os dois setores emerge a possibilidade de um equilíbrio estável no qual há a coexistência dos dois setores. Por sua vez, os termos de troca entre os setores podem apresentar diferentes tendências relacionadas ao nível de capital instalado nas cidades. Assim, a própria narrativa de inflação de serviços deveria incorporar a heterogeneidade de capital.