Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2024 |
Autor(a) principal: |
Waisberg, Daniel Reis |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5168/tde-10052024-152231/
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Resumo: |
Introdução: Complicações biliares ainda permanecem como importante causa de morbimortalidade no pós-operatório de transplante hepático, durante o qual a artéria gastroduodenal do receptor é frequentemente ligada. Entretanto, os efeitos desta manobra sobre o fluxo arterial do enxerto e sobre a perfusão das vias biliares persistem desconhecidos. Objetivo: Avaliar a repercussão da ligadura da artéria gastroduodenal do receptor no fluxo sanguíneo da artéria hepática do enxerto e na microcirculação das extremidades biliares do enxerto e do receptor durante o transplante hepático. Métodos: Foram estudados pacientes adultos que foram submetidos ao transplante de fígado com doador falecido entre fevereiro de 2019 a abril de 2021, nos quais foi realizada anastomose arterial à jusante da artéria gastroduodenal do receptor e anastomose biliar colédoco-coledociana término-terminal. Após a arterialização do enxerto e preparação dos cotos biliares para anastomose, foi mensurado o fluxo sanguíneo na artéria hepática do enxerto e na microcirculação da extremidade distal da via biliar do enxerto e na extremidade proximal da via biliar do receptor, com e sem o clampeamento da artéria gastroduodenal do receptor. Características clínicas dos pacientes foram coletadas prospectivamente até o término do estudo em outubro de 2022. O nível de significância estatística foi determinado como 5%. Resultados: O estudo foi composto por 28 pacientes. A idade média foi de 56,32±10,93 anos e 71,42% era do sexo masculino. A mediana do MELD-Na fisiológico foi de 18 e a maioria dos pacientes eram Child B (57,14%). Durante o seguimento, houve 4 casos de estenose de anastomose biliar, 1 caso de estenose tardia de artéria hepática, 1 caso de trombose de artéria hepática e 2 óbitos. O tempo médio de seguimento dos 26 pacientes restantes foi de 30,26 meses. O clampeamento da artéria gastroduodenal do receptor elevou de modo significativo o fluxo sanguíneo na artéria hepática do enxerto (mediana pré- e pós-clampeamento: 260,50 e 324,50mL/min, p<0,001, respectivamente) e também na microcirculação da extremidade distal da via biliar do enxerto (média pré- e pós-clampeamento: 125,32 e 142,32 unidades arbitrárias [UA], p=0,023, respectivamente). Já na microcirculação da extremidade proximal da via biliar do receptor, o clampeamento não gerou alterações significativas (média pré- e pós-clampeamento: 158,82 e 148,32 UA, p=0,289, respectivamente). Pacientes com complicações biliares apresentaram valores de fluxo na artéria hepática e nas extremidades biliares do enxerto e do receptor semelhantes estatisticamente aos pacientes que não desenvolveram complicações (365,5 vs 285,5mL/min, p=0,596; 105 vs 135,75 UA, p=0,225; 210,5 vs 148,95 UA, p=0,096, respectivamente). Correlações significativas foram encontradas entre os fluxos na artéria hepática do enxerto e na extremidade biliar do receptor sem clampeamento da artéria gastroduodenal do receptor (=0,454, p=0,015) e entre os fluxos na artéria hepática e na extremidade biliar do enxerto com clampeamento (=0,412, p=0,029). Conclusão: A interrupção do fluxo sanguíneo pela artéria gastroduodenal do receptor aumenta o fluxo na artéria hepática do enxerto, resultando em um incremento de fluxo na microcirculação da extremidade distal da via biliar do enxerto. Por outro lado, não foram observadas variações significativas na perfusão da extremidade biliar proximal do receptor |