Calcificações amorfas: devemos nos preocupar com elas?

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Souza, Bárbara Nogueira Caracas de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/17/17158/tde-05072021-152354/
Resumo: Introdução: As calcificações mamárias, embora na maioria dos casos correspondam a patologias benignas, podem representar câncer de mama, principalmente o carcinoma ductal in situ (CDIS). As características morfológicas, dimensões e a distribuição das calcificações na mama são fatores determinantes na diferenciação entre lesões malignas e lesões benignas. As calcificações amorfas são pequenas, de baixa densidade, indistintas, de difícil avaliação, geralmente necessitando de avaliação histopatológica para confirmar ou descartar malignidade. De acordo com a quinta edição do American College of Radiology Breast Imaging Reporting e Data System (ACR BI-RADS®) este achado de imagem apresenta risco de malignidade entre 10-50%. Porém, estudos recentes sugerem que o valor preditivo positivo (VPP) das calcificações amorfas pode ser inferior a 10%. Objetivos: Este estudo tem como objetivo calcular o valor preditivo positivo (VPP) das calcificações amorfas e analisar possíveis variáveis clínicas e de imagem associadas que possam alterar o risco de malignidade deste achado. Materiais e métodos: Foram avaliadas retrospectivamente 138 biópsias percutâneas a vácuo de calcificações amorfas guiadas por estereotaxia, de janeiro de 2012 a dezembro de 2017, sendo incluídas neste estudo pacientes que foram submetidos à excisão cirúrgica após biópsia com histopatológicos de lesões potencialmente subestimáveis e malignos ou com resultado histopatológico benigno com seguimento clínico e radiológico de pelo menos 1 ano. Resultados: O VPP encontrado das calcificações amorfas foi de 9,42%, com risco de malignidade discretamente menor do que estabelecido no ACR BIRADS. Porém, as calcificações amorfas malignas compreenderam um número expressivo de carcinoma invasivo e CDIS de alto grau, indicando doença clinicamente relevante. O risco relativo de malignidade das calcificações amorfas foi 6,15 vezes maior em pacientes com risco aumentado para câncer de mama, principalmente história familiar ou pessoal de neoplasia de mama ou ovário. Pós-menopausa e mamas densas não foram preditores de malignidade em pacientes com calcificações amorfas. Conclusão: As calcificações amorfas necessitam de avaliação histopatológica apresentando um risco significativo de câncer de mama, em especial nas pacientes com fatores de risco para neoplasia mamária.