Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2020 |
Autor(a) principal: |
Silva, Mateus Domingues da |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
|
Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
|
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
|
Departamento: |
Não Informado pela instituição
|
País: |
Não Informado pela instituição
|
Palavras-chave em Português: |
|
Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8159/tde-09032021-164457/
|
Resumo: |
Šihāb ad-Dīn Abū l-Futūḥ Yaḥyā b. Ḥabaš b. Amīrak as-Suhrawardī (m. 587/ 1191) foi um filósofo oriundo do Curdistão iraniano e ativo em Alepo da Síria durante a regência de Ġiyāṯ ad-Dīn aẓ-Ẓāhir Ġāzī b. Ayyūb. Suhrawardī, sobretudo, é conhecido por seu livro Filosofia da iluminação (Ḥikmat al-išrāq/حكمت الاشراق). O objeto deste trabalho é o que consideramos a contribuição mais original de Suhrawardī, em sua Filosofia da iluminação, à história das ideias: seus argumentos em favor de uma metafísica das luzes. No século VI/XII, a maior parte dos filósofos no mundo islâmicos e dividiu entre os que partilhavam os pontos de vista de Ibn Sīnā (Avicena) no domínio da filosofia e aqueles que discordavam de seu sistema filosófico. Suhrawardī rejeita parte do consenso existente entre os apoiadores de Ibn Sīnā, mas sem ser um antiaviceniano - antes, ele pode ser compreendido como um aviceniano revisionista. Ou seja, mesmo que algumas conclusões de Suhrawardī se afastem de Ibn Sīnā, a filosofia deste último permanece na base da Filosofia da Iluminação. Se Suhrawardī é caracterizado tanto por suas críticas ao peripatetismo aviceniano como por sua apropriação do mesmo, não se trata, pois, de um meio para refutar o peripatetismo ou o avicenismo; antes, trata-se de um esforço em subsumir a filosofia aviceno-peripatética no quadro da metafísica das luzes. O propósito desta tese é compreender o porquê de Suhrawardī ter declinado de parte dos pontos consensuais defendidos por seus predecessores e contemporâneos (os \"peripatéticos e seus seguidores\") e como sua crítica e seus argumentos se relacionam com outras abordagens críticas sobre problemas dificultosos na filosofia pós-aviceniana. Isso será efetuado por meio de uma análise da Filosofia da iluminação. Primeiramente, contextualizamos Suhrawardī e, então, apresentamos a recepção de seu pensamento no meio islâmico e na literatura orientalista. A seguir, propomos nossa própria categorização do corpus de Suhrawardī, formulando a hipótese de a Filosofia da iluminação ser uma obra pedagógica. Em seguida, sublinhamos os conceitos básicos que, na Filosofia da iluminação, informam os argumentos de Suhrawardī contra as fundações da metafísica dos \"peripatéticos\". Entrementes, apontamos as questões que Suhrawardī discorda do procedimento \"dos peripatéticos\". A seguir, apresentamos como, numa estrutura fundacionalista, \"manifestação\" é a fundação de sua metafísica, a ciência das luzes. Ponto crucial, Suhrawardī estabelece \"apreensão da essência\" como a realidade de manifestação em sua perfeição, isto é, como luminosidade pura e despida. Finalmente, a partir dessa fundação, analisamos as doutrinas metafísicas presentes na Filosofia da iluminação, dando atenção às premissas dos argumentos e como eles estão fundamentados nos conceitos básicos e nas ideias sublinhadas ao curso de nossa tese. Deve-se salientar que, ademais, a maioria dos estudos anteriores sobre Suhrawardī não discutiu a Filosofia da iluminação como um todo e uma unidade; eis aí um desiderato abordado na presente tese. |