O intelecto no Livro da Alma de Ibn Sīnā (Avicena)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2004
Autor(a) principal: Attie Filho, Miguel
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8133/tde-01062023-121809/
Resumo: A presente tese é um estudo a respeito das relações entre a faculdade intelectual e a alma humana, segundo a estrutura apresentada no Livro da alma de Ibn Sīnā. No Capítulo I define-se o sujeito da ciência da alma. Esta é afirmada como uma substância que engendra a matéria tomada por receptáculo, transformando-a num organismo. Alude-se ao modo como se dá o início do ser da alma e como é possível, por meio de suas múltiplas ações, identificar e enumerar as faculdades que possui em cada grau. Apresenta-se a clássica divisão aristotélica em três níveis, isto é, vegetal, animal, humana e suas respectivas faculdades. No Capítulo II, estuda-se a divisão da faculdade racional. O intelecto, tomado em seu aspecto teórico e prático é analisado segundo os seus graus: intelecto material, em hábito, em ato, adquirido e sagrado. Focaliza-se, no processo de abstração, a conexão do intelecto humano com a inteligência agente, ícone da teoria do conhecimento de Ibn Sīnā. Analisa-se o estatuto das formas inteligíveis presentes na inteligência agente e o modo como são apreendidas pelo intelecto humano. A metáfora do Sol, utilizada como exemplo da iluminação inteligível é apresentada por meio do estudo e da tradução do capítulo V, 5 do Livro da Alma. Estabelecido o solo epistemológico sobre o qual assentam-se as premissas da ciência da alma e do estatuto do intelecto, o Capítulo III se ocupa em verificar as consequências que disso resultam. Primeiramente, apresenta-se um itinerário dos modos de apreensão e de abstração do sensível ao inteligível, mostrando como a alma, em sua operação mais essencial, é o próprio conhecimento pelo intelecto. Definido, o intelecto, como uma faculdade imaterial que opera sem órgãos corporais, verifica-se, ao final, as implicações disso no caso de uma possível permanência individual da alma humana.