O discurso ambiental da TV: a Amazônia do \"Globo Repórter\"

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2013
Autor(a) principal: Vicentini, Juliana de Oliveira
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/91/91131/tde-02042013-111519/
Resumo: Os meios de comunicação de massa se fazem onipresentes na sociedade contemporânea, sendo legitimadores de discursos. Um dos temas que tem sido abordado pela mídia é o ambiente. No Brasil, a televisão é a referência para que o cidadão comum se informe sobre os assuntos ambientais. O \"Globo Repórter\" é um dos programas mais antigos da TV brasileira e possui abrangência nacional, além disto, pode ser considerado como um dos popularizadores de discursos sobre o ambiente. Conhecida internacionalmente por sua complexidade e por ser parcialmente responsável pela estabilidade ambiental do planeta, a Amazônia tem sido discutida em diversos segmentos da sociedade, inclusive nos âmbitos nacional e internacional. Por esta razão, ela se tornou uma das pautas da mídia e consequentemente um dos assuntos abordados periodicamente pelo \"Globo Repórter\". Deste modo, o objetivo desta pesquisa é analisar de que maneira a Amazônia foi veiculada por aquele programa televisivo durante todo o ano de 2010. Para tanto, desenvolveu-se análises de conteúdo e análises críticas do discurso. Nos programas analisados, a Amazônia está associada à natureza, cujo foco reside nas imagens de rio, floresta e biodiversidade. Os demais assuntos que poderiam ser abordados foram em grande medida silenciados. Desta maneira o atual discurso do programa ainda está enraizado nas antigas visões da época dos viajantes, os quais associavam a região ao paraíso, no qual a Amazônia era projetada como paradisíaca e como uma terra de superlativos. Aquela região é constantemente (re)descoberta pelo programa, uma vez que ela é mostrada como um lugar isolado e ainda a ser desbravado. Verificou-se que a Amazônia é exibida de forma parcial, no qual o \"Globo Repórter\" seleciona determinado fragmento sobre ela e o homogeniza para todo o território. A população selecionada para integrar as imagens do programa é aquela que está diretamente atrelada ao mundo natural: os ribeirinhos. Estas pessoas que aparecem naquele discurso televisivo ficam em segundo plano, portanto, não são tratadas como sujeitos históricos, mas sim, como um ornamento amazônico para reforçar a ideia de que a Amazônia é apenas sinônimo de natureza. A fonte de notícia legitimada pelo programa é a fonte oficial, ou seja, pessoas que representam o Poder Público. No entanto, aquelas pessoas são autorizadas a discursar apenas na direção daquilo que a \"Rede Globo\" considera relevante. Deste modo, a principal fonte do programa é a própria emissora. O \"Globo Repórter\" pode ser considerado como parte integrante do processo de educação informal dos indivíduos, portanto, esta visão parcial sobre a Amazônia veiculada pelo programa pode influenciar a maneira pela qual as pessoas pensam a respeito daquela região, ou seja, pode acarretar em desinformação sobre ela.