Entresaberes: modos de conhecer paiter e suas transformações

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Bassi Junior, Flávio
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8134/tde-26022019-134034/
Resumo: Esta pesquisa trata dos modos de conhecer entre os Paiter e suas transformações, buscando revelar os seus pressupostos e procedimentos concretos, especialmente à luz da emergência de políticas culturais. Estas têm propiciado um movimento criativo intenso ao valer-se do poder reflexivo e recursivo de cultura, num entrecruzar dinâmico entre os regimes de conhecimento euro-americano e ameríndios. Nesse movimento, investigo especificamente experiências nativas ligadas à normatização da língua e seu ensino nas escolas das aldeias, projetos de patrimonialização da cultura, incluindo iniciativas recentes de registro e salvaguarda de narrativas orais e cantos, bem como museus-escola. Percorro assim um panorama que, embora restrito, já permite ilustrar como o pressuposto e discurso da perda cultural, subsumidos no conceito ocidental de política cultural, são insatisfatórios para dar conta da natureza das transformações em curso e dos experimentos interpretativos recentes dos próprios Paiter para manejar práticas e relações de conhecimento. A aposta é que as dimensões do espaço-tempo e movimento, do corpo e suas relações, e do sopro (a voz e a língua), oferecem um enquadramento que nos permite revelar alguns pressupostos de existência e princípios epistemológicos paiter. A principal lição dessa abordagem é que os saberes paiter só se dão em relação (a outros saberes) e em relações (entre as pessoas, coletivos e seres que sabem ou que buscam saber). Essa dupla dimensão relacional nos leva a reconhecer que os saberes estão sempre alhures e são, essencialmente, fruto desses encontros. Isso reforça a importância, nesse campo tanto intelectual quanto de ação, de privilegiar os processos e os modos de conhecer como caminho para melhor compreender os principais desafios contemporâneos da busca por ser quem se é, manifesta de forma tão pungente por meus interlocutores.