Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2010 |
Autor(a) principal: |
Odorizzi, Rosa Maria Ferreira Noguerol |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
|
Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
|
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
|
Departamento: |
Não Informado pela instituição
|
País: |
Não Informado pela instituição
|
Palavras-chave em Português: |
|
Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/6/6132/tde-07052021-144122/
|
Resumo: |
Introdução. A leishmaniose visceral (LV) vem se apresentando como grave problema de saúde pública na região noroeste do Estado de São Paulo, desde o final da década de 90 e o flebotomíneo Lutzomyia longipalpis, reconhecido vetor da Leishmania (Leishmania) infantum agente etiológico dessa enfermidade, tem sido encontrado nos diversos municípios com transmissão dessa parasitose. Porém, em estudo realizado em 2004/2005 no município de Mirandópolis, localizado nesta região, este díptero foi encontrado em baixíssima freqüência, e por outro lado, observou-se uma soro-prevalência elevada, para leishmaniose visceral, em cães (60,8%), sugerindo que a maciça infecção na população canina antecedeu ao período deste estudo ou outros mecanismos de transmissão poderiam estar atuando. Dentre os possíveis mecanismos de transmissão, os envolvendo carrapatos e pulgas merecem especial atenção devido à alta freqüência e intimidade com que são observados nos cães. Objetivo. O presente estudo teve como objetivo avaliar a importância de ixodídeos e sifonápteros na transmissão e manutenção da leishmaniose visceral canina (LVC). Método: Dos cães recolhidos ao Centro de Controle de Zoonoses do município de Mirandópolis, no período de agosto/2007 a maio/2008, depois de identificados por sexo, idade e condição clínica (assintomáticos, oligossintomáticos ou sintomáticos) e sacrificados de forma humanitária, coletou-se sangue, fragmento de linfonodo poplíteo e quando presentes, carrapatos e pulgas. Os ectoparasitos foram então separados por grupos taxonômicos e identificados quanto à espécie, sexo e fase de desenvolvimento, no caso dos carrapatos. Foi realizado ensaio de imunoadsorção ligado à enzima (ELISA) e reação da polimerase em cadeia (PGR) nas amostras obtidas dos cães e os ectoparasitas deles colhidos foram submetidos à PGR. Os resultados foram analisados pelos testes estatísticos: lndice de correlação de Pearson e Probit. Resultados: Dos animais amostrados, 64,22% eram sintomáticos, 28,44%, assintomático e 7,34%, oligossintomático. Foram reagentes pelo teste ELISA 78,08% e PGR 82, 19%. A extração de DNA de todas as amostras, como confirmado por PGR, foi obtida com sucesso. Todas as pulgas encontradas foram da espécie Ctenocephalides felis e os carrapatos de Rhipicephalus sanguineus. Os ectoparasitas coletados dos cães com resultado negativo, também foram negativos na PCR. Na investigação da infecção natural nos ectoparasitas não foi observada a presença de flagelados nos artrópodes dissecados. Dos 60 cães positivos para a LVC, detectou-se DNA de L. (L.) infantum em 48 (sensibilidade de 80%). As correlações mais elevadas se deram entre os resultados dos testes empregados (ELISA e PCR) para detectar a presença da leishmaniose nos animais. Houve forte correlação entre a presença L. (L.) infantum nos cães e a presença desta leishmânia nos carrapatos, segundo os gêneros, no entanto foi menor a correlação entre o animal doente e a pulga, de ambos os sexos. As análises estatísticas com o teste Probit demonstraram que aparentemente, a fêmea do carrapato seria o principal fator de contaminação do cão pela L.(L.) infantum e que em pulgas de cães jovens é esperada a ausência deste parasita, efeito que tende a desaparecer em cães mais velhos. Conclusão: Os achados clínicos, o teste ELISA e a PCR confirmaram a presença de L.(L.) infantum em mais de 60% dos animais analisados. A PCR realizada nos ectoparasitas confirma a presença de L. (L.) infantum em carrapatos e pulgas. Na avaliação clínica dos cães, 64,22% eram sintomáticos para LVC. As espécies de ectoparasitas e sua distribuição nos cães do presente estudo são semelhantes aquelas observadas em outros estudos. A análise estatística Probit atribui grande importância para a relação existente entre o cão e o carrapato fêmea e a contaminação por L.(L.) infantum. A presença de flagelados não foi evidenciada nas pulgas e carrapatos dissecados. Assim, embora a técnica de PCR tenha se mostrado sensível e específica na detecção de DNA de Leishmania nesses ectoparasitas, esta detecção não significa necessariamente que estes artrópodes são capazes de manter, multiplicar e transmitir esse protozoário. Portanto, mais estudos são necessários para demonstrar a competência vetorial desses artrópodes na transmissão da L.(L.) infantum aos cães. |