Efeito de extratos aquosos do basidiocarpo e micélio de Lentinula edodes (Shiitake) sobre Colletotrichum sublineolum, Alternaria solani, Xanthomonas axonopodis pv. passiflorae e Tobacco mosaic virus (TMV).

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2004
Autor(a) principal: Tonucci, Nivea Maria
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/11/11138/tde-06122004-105027/
Resumo: Lentinula edodes é um cogumelo comestível que possui qualidades nutricionais, terapêuticas e medicinais. Além disso, muitos estudos na área médica têm comprovado que o cogumelo possui efeito antibiótico sobre microrganismos patogênicos ao homem. Na área agrícola, alguns trabalhos realizados com o cogumelo demonstraram possíveis efeitos no controle de fitopatógenos. O presente trabalho teve como objetivo demonstrar a produção de substâncias antimicrobianas por L. edodes ativas sobre Colletotrichum sublineolum, agente causal da antracnose em sorgo, Alternaria solani, responsável pela pinta preta do tomateiro, Xanthomonas axonopodis pv. passiflorae, agente causal da mancha bacteriana em maracujazeiro e Tobacco mosaic virus (TMV), causador de mosaico foliar em fumo. Para os testes com C. sublineolum e A. solani foram utilizados extratos aquosos de L. edodes, obtidos a partir de basidiocarpos desidratados em pó, dos isolados LE JAB-K, LE 96/22, LE 96/17 e LE 95/01. Os resultados evidenciaram que o extrato aquoso de basidiocarpos do isolado LE 96/22 inibiu o crescimento micelial in vitro e a formação de apressórios por C. sublineolum. Já os extratos dos isolados LE JAB-K e LE 95/01 apresentaram efeito inibitório na germinação de conídios e na formação de apressórios do patógeno. Em contrapartida, os extratos aquosos de basidiocarpos dos diferentes isolados de L. edodes não apresentaram efeito inibitório na germinação dos conídios e no crescimento micelial de A. solani. Por sua vez, os extratos aquosos de basidiocarpos a 20% (v/v) e o filtrado do crescimento micelial de L. edodes, misturados à suspensão de X. axonopodis pv. passiflorae, exibiram redução na multiplicação bacteriana. Todos os extratos aquosos de basidiocarpos dos diferentes isolados testados na multiplicação da bactéria mostraram-se termolábeis, quando autoclavados a 121 °C por 20 min. Em experimentos com plantas de fumo, os extratos aquosos de basidiocarpos dos isolados LE 96/17 e LE 96/22 adicionados à suspensão contendo partículas do TMV reduziram significativamente a ocorrência de lesões locais nas folhas. O extrato aquoso do isolado LE 96/22 apresentou compostos antivirais de natureza termoestável. Finalmente, o extrato aquoso de basidiocarpos do isolado LE 96/22, o qual apresentou a maior atividade antimicrobiana, foi purificado parcialmente por cromatografia de troca aniônica (CTA). O pico V apresentou efeito inibitório no crescimento micelial de C. sublineolum. Por sua vez, a multiplicação de X. axonopodis pv. passiflorae foi inibida pelos picos IV, V e VII. Já os picos I, II e III, obtidos em CTA por gradiente linear de NaCl e o pico I obtido em CTA pelo método "step wise", reduziram significativamente a infectividade do TMV em plantas de fumo. Com base nesses resultados, evidencia-se a ação de preparações de L. edodes sobre fitopatógenos, o que demonstra o uso potencial do mesmo no controle de agentes causais de doenças infecciosas em plantas.