Caracterização de cogumelos de Pleurotus ostreatus e Lentinula edodes produzidos em resíduos agroindustriais

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2009
Autor(a) principal: Ribeiro, João Júlio Oliveira
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Viçosa
BR
Associações micorrízicas; Bactérias láticas e probióticos; Biologia molecular de fungos de interesse
Doutorado em Microbiologia Agrícola
UFV
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://locus.ufv.br/handle/123456789/1540
Resumo: Os cogumelos são conhecidos e consumidos ao longo do tempo pelas civilizações romana, grega, chinesa, egípcia e da América Central. Atualmente, são reconhecidas mais de duas mil espécies de cogumelos potencialmente comestíveis, entretanto, pouco mais que 10 são exploradas comercialmente no mundo. O consumo de cogumelos vem aumentando em função das qualidades nutricionais e medicinais desses produtos. Os fungos de podridão branca, que incluem muitos dos fungos comestíveis e medicinais, entre eles Lentinula edodes (shiitake) e Pleurotus ostreatus (hiratake), são saprófitas e capazes de utilizar lignina, celulose e hemicelulose como fonte de carbono e nutrientes. Essas características permitem que sejam cultivados em grande variedade de matérias ligninocelulósicas, como resíduos agroindustriais, que poderiam ser utilizados também como substratos alternativos de baixo custo para a produção de cogumelos. Para aumentar a eficiência fúngica, na produção de cogumelos, esses resíduos podem ser enriquecidos com fontes de nitrogênio, na forma de farelos de cereais e oleaginosas, a exemplo de farelos de arroz, soja e trigo. O presente trabalho objetivou avaliar a produtividade de P. ostreatus e L. edodes em diferentes resíduos agroindustriais, adicionados ou não de farelo de arroz ou uréia, e caracterizar nutricionalmente os cogumelos produzidos. A colheita dos cogumelos teve início 30 e 110 dias após a inoculação dos substratos com P. ostreatus e L. edodes, respectivamente. Foram obtidas eficiências biológicas (EBs) variando de 5,25 a 105,0 % para P. ostreatus e de 40,75 a 138,0 % para L. edodes sendo que no substrato bagaço de cana adicionado de farelo de arroz foram observadas as maiores EBs para as duas espécies. Os cogumelos produzidos pelas duas espécies apresentaram teores consideráveis de minerais, especialmente fósforo e magnésio com valores médios de 1,1% e 0,16 %, respectivamente, na massa seca dos cogumelos de P. ostreatus e 0,7 % e 0,13 % para os cogumelos de L. edodes, e variou com o substrato de cultivo e suplementação de nitrogênio. Foram obtidos valores médios de proteína solúvel de 8,78 mg g-1 para P. ostreatus e 8,3 para L. edodes mg g-1, que variou conforme o isolado avaliado. Os cogumelos produzidos por ambas as espécies apresentaram concentrações menores que 0,016 % de cálcio na massa seca dos cogumelos. A adição de nitrogênio aos resíduos agroindustriais aumentou a concentração de β-glucanos nos cogumelos de P. ostreatus sendo observadas médias de 22,9 g por 100 g de massa seca dos cogumelos produzidos nos substratos sem suplementação de nitrogênio e 27,0 g 100g nos substratos com farelo de arroz. Os cogumelos shiitake são ricos em β-glucanos apresentando concentração média de 38 g 100 g-1 nos diferentes substratos. Pode-se concluir que os resíduos agroindustriais apresentam alto potencial para serem utilizados na produção de cogumelos de P. ostreatus e L. edodes e que a suplementação com nitrogênio potencializa a EB dos fungos bem como o acúmulo de nutrientes nos cogumelos produzidos, com um possível ganho de qualidade nutricional para a alimentação humana.