Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2020 |
Autor(a) principal: |
Hueb, Thiago Ovanessian |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5131/tde-23062021-121910/
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Resumo: |
Fundamentos. Está bem estabelecido que a disfunção ventricular esquerda (DVE) grave é um relevante preditor de pior prognóstico em portadores de doença arterial coronariana (DAC) e que várias comorbidades são fatores de influência na sobrevida desses pacientes. No entanto, desconhece-se o papel do diabetes mellitus (DM) tipo 2 no prognóstico clínico, em longo prazo, dessa população. Objetivos. Avaliar o impacto do DM tipo 2 no prognóstico de pacientes com DAC, considerando a função ventricular esquerda. Métodos. Foram incluídos pacientes com DAC submetidos à cirurgia de revascularização miocárdica (RM) ou à intervenção coronária percutânea (ICP) ou terapia médica isolada (TM), regularmente matriculados no Instituto do Coração do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. A presença de DM tipo 2 foi diagnosticada em todos os pacientes; todos pacientes realizaram avaliação ecocardiográfica, sendo considerada (DVE) a documentação de fração de ejeção do ventrículo esquerdo (FEVE) < 35% e ausência de DVE com FEVE > 50%. Os pacientes foram agrupados em: G1 - diabéticos sem DVE; G2 - não diabéticos sem DVE; G3 - diabéticos com DVE e G4, não diabéticos com DVE. Os desfechos clínicos foram: mortalidade por todas as causas, infarto agudo do miocárdio (IAM) não fatal, acidente vascular encefálico (AVC) e intervenções cardíacas adicionais. A análise estatística incluiu sobrevivência estimada livre de eventos pelo método de Kaplan-Meier e diferenças entre grupos pelo teste Log-rank. Adicionalmente, a regressão de Cox foi utilizada para comparar o tempo de sobrevivência com ocorrência de desfechos primários. Resultados. Entre janeiro de 2009 e maio de 2010, foram selecionados 918 pacientes consecutivos e acompanhados até maio de 2015, com tempo médio de 5 anos. Nos G1, 2, 3, e 4 foram incluídos 213, 213, 266 e 226 pacientes e as taxas de mortalidade foram 6,1%, 4,2% 21,6%, e 10,6%, respectivamente (P < 0,001). A incidência de IAM não fatal foi 0,5%, 7,0% 5,3%, e 2,6% para os grupos 1, 2, 3 e 4 respectivamente (p < 0,001). As taxas de AVC foram 0,45%, 0,90% 0,40% e 0,90% (p = NS). Outras intervenções ocorreram em 11,7%, 10,3% 3,8%, e 2,6% nos grupos 1, 2, 3 e 4 respectivamente (p < 0,001). No tipo de intervenção terapêutica, não se associou prognóstico. Conclusões: este estudo prospectivo de pacientes com DAC, de hospital terciário, demonstrou, em seguimento de 5 anos, que: 1- a taxa de sobrevida, na ausência de DVE é elevada (95,8%), independente da ocorrência de DM tipo 2. Na presença de DVE, a sobrevida foi inferior, sobretudo nos portadores de DM tipo2; 2- os preditores independentes de mortalidade por todas as causas e cardíaca foram idade, filtração glomerular, DM tipo 2 e FEVE; 3- a taxa de mortalidade por todas as causas foi duas vezes maior na presença de DM tipo 2 (13,2 x 7,7%); presença de DVE aumentou em três vezes a mortalidade por todas as causas (14,8 x 5,2%); 4- mortalidade CV foi cinco vezes maior na presença de DVE (11,3 x 2,3 %), entretanto, ocorrência de novas intervenções foi três vezes maior (3,3 x 11,0%) em pacientes sem DVE; 5- Mortalidade CV foi duas vezes maior (9,8 x 5,2%) na presença de DM tipo 2, independente da presença de DVE |