Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2021 |
Autor(a) principal: |
Farnochi, Gabriela Maldonado |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/59/59141/tde-21062021-093939/
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Resumo: |
No campo científico, tem crescido o interesse em compreender como diferentes modalidades de terapia funcionam, o que inclui a terapia de casal. No entanto, talvez por se tratar de prática recente se comparada às abordagens terapêuticas individuais, muitas questões permanecem inexploradas. Nesta pesquisa, objetivamos compreender como casais que passaram por terapia de casal narram o processo terapêutico por eles vivenciado. Teoricamente, nos orientamos pelas contribuições construcionistas sociais e delineamos nossa investigação tendo como inspiração as contribuições de John Shotter, buscando compreender como \"momentos marcantes\" vivenciados na terapia são narrados e conectados às mudanças alcançadas por meio do processo terapêutico. Participaram desta pesquisa seis casais heterossexuais que passaram por terapia de casal, sendo cinco casados e um divorciado. Para acesso aos participantes, utilizamos predominantemente a técnica \"bola de neve\". Realizamos entrevistas abertas separadamente com cada cônjuge, nas quais perguntamos sobre momentos marcantes vivenciados em terapia e relações com o processo terapêutico. A análise foi realizada em dois momentos. No primeiro deles, construímos narrativas sobre o processo terapêutico de cada casal, quando unimos as narrativas individuais em uma narrativa única sobre processo terapêutico, buscando construir relações entre momentos marcantes, motivação para terapia e mudanças experimentadas no processo terapêutico. Em um segundo momento, realizamos uma análise temática das entrevistas, que resultou na produção de três temas: (1) Motivação pela terapia, focando nas razões pelas quais os casais buscam a terapia de casal, (2) Processo terapêutico, dando visibilidade para como as pessoas entrevistadas vivenciaram o encontro terapêutico, com destaque à participação do terapeuta; e (3) Mudanças após a terapia de casal, relatando as principais mudanças descritas pelos casais após as sessões de terapia. Esses temas foram discutidos com base na literatura sistêmica e construcionista social no campo da terapia de casal. Nossos resultados sugerem que os momentos marcantes, geralmente, são vivenciados de forma individualizada pelos cônjuges, ou seja, o momento significativo de um parceiro, não é, necessariamente, o mesmo identificado pelo outro. Esses momentos marcantes são seguidos por acontecimentos e reflexões que são como gatilhos para mudanças acontecerem na relação do casal e também para a compreensão de questões individuais. Como motivação para a terapia de casal, o nascimento dos filhos e a busca por mais espaços de diálogo foram comumente apontados pelos participantes. Durante o processo terapêutico os casais relatam a participação ativa do terapeuta, direcionando a conversa e oferecendo novas possibilidade de entendimento sobre uma mesma ideia. As mudanças após a terapia de casal carregam a continuidade das conversas em terapia além daquele contexto, ampliando os momentos dialógicos dos cônjuges. Esperamos, com nossa pesquisa, contribuir com produção de conhecimento sobre processo terapêutico em terapia de casal, de forma a auxiliar os profissionais desse campo a reconhecerem como a mudança se produz relacionalmente e é narrada por clientes. |