Análise dos marcadores de células tronco tumorais em linhagens tumorais resistentes ao estresse.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Ralph, Ana Carolina Lima
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/42/42134/tde-12022020-163347/
Resumo: Tumores sólidos, tais como câncer de mama, possuem um microambiente particularmente hostil devido a perfusão sanguínea insuficiente, supressão de células regulatórias, disturbios metabólicos, dentre outros fatores que dificultam as terapias antitumorais. Células epiteliais adaptadas a essas condições, passam por uma seleção natural, adquirindo características que favorecem diretamente a progressão tumoral. Apesar de muitos estudos terem demonstrado diferenças importantes entre o interstício da célula tumoral e o da célula normal, as funções celulares nessas condições permanecem pouco conhecidas. Levando em consideração a significância do microambiente na progressão do câncer, esse estudo visou avaliar a capacidade da acidose, da baixa concentração de glicose e da hipoxia em modular genes, proteínas e o comportamento celular na transição epitelio-mesenquimal (TEM) e no fenotipo tronco tumoral. No presente estudo foram utilizadas as linhagens de adenocarcinoma mamario MDA-MB-231 e MCF7, além da NTERA2 e fibroblastos, para controle positivo e cultivo tridimensional, respectivamente. A partir dos resultados de viabilidade celular, as linhagens tumorais foram expostas a três condições ambientais restritivas: (1) cultivo com pH 6,2 durante 24h ou a cada 72h por 4 semanas, de forma a reproduzir as condições agudas e crônicas do microambiente ácido; (2) metade da concentração de glicose (0,5 g/L), para reproduzir a privação de nutrientes; ou (3) tratamento com cloreto de cobalto 200 &#181M, para induzir hipoxia química. Os resultados iniciais demonstraram que 71,43% dos genes relacionados ao fenotipo tronco foram diferencialmente expressos na MDAMB-231, enquanto que na MCF7 foram apenas 23,81%. No entanto, constatou-se que a linhagem MCF7, passa por um processo anterior ao fenotipo tronco. Após exposição ao pH 6.2, ela passa de um fenotipo epitelial para mesenquimal, demonstrando expressão de diversos marcadores de TEM (Snai1, Zeb1, E-caderina, b-catenina e vimentina). No entanto, a expressão de marcadores proteicos de fenotipo tronco só se tornam significante quando e associado a ausência de substrato. A adição de mais um fator estressante altera inclusive o potencial migratório e clonogênico das MCF7. Por outro lado, a linhagem MDA-MB-231 apresentou-se mais sensível a deficiência de glicose. A condição de glicose 0,5g/L induziu alteracoes na expressão de proteínas metabólicas (p-AMPK e AMPK), importantes alterações morfológicas mitocondriais e em proteínas responsáveis pela dinâmica mitocondrial (p-DRP1, DRP1, MFN1, MFN2). Tal sensibilidade a privação de glicose contribui significativamente para o aumento gênico e protéico de marcadores para o fenotipo tronco (Snai1, Nanog, Pou5f1/Oct4, Notch1) e enriquecimento da população celular CD44+/CD24-/low. Apesar de nãoo ter sido encontrado alterações funcionais importantes na migração e clonogenicidade, assim como na MCF7 em condições acidícas, a MDA-MB-231 quando cultivada na forma tridimensional e na presençaa de fibroblastos, consegue induzir o aumento na migração de fibroblastos na glicose 0,5g/L. Os resultados aqui apresentados contribuem para o entendimento de em que cada fator microambiental pode influenciar nas alterações fenotipicas celulares e realça a importância da associação intercelular como forma de colaborar para a progressão do tumor.