Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2014 |
Autor(a) principal: |
Lima, Eliane Soares de |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8139/tde-16012015-145249/
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Resumo: |
Quando o interesse pelos afetos surgiu na semiótica greimasiana, a problemática da enunciação, do discurso em ato, ainda não era trazida à luz de modo significativo. Propôs-se um estudo no domínio do discurso debreado, com a investigação - ainda que constatando as indicações e características de um outro universo de significação, o sensível - orientada predominantemente pela gramática da ação, amplamente desenvolvida no quadro teórico-metodológico da disciplina. As paixões passaram a ser vistas, desde então, na perspectiva da teoria, como um arranjo de modalidades, como efeitos de sentido de qualificações modais que alteram o sujeito de estado. A articulação modal permite, sem dúvida, definir a maneira de ser que \"sensibiliza\" o esquema narrativo e o rege, identificando os estados dos sujeitos narrativos. Ela está, de fato, na base da configuração patêmica, uma vez que os arranjos modais definem mesmo o ser do sujeito e o conflito que caracteriza seus \"estados de alma\", tornando possível a depreensão das fases da manifestação afetiva enunciada e o seu papel na produção de uma dada paixão. Por outro lado, as modalidades por si mesmas não explicam o \"excesso\" propriamente dito, a intensidade das modulações que subjazem à estrutura modal e a patemizam. Nesse sentido, a pesquisa aqui apresentada se concentra na tentativa de contribuir para a expansão e reformulação do modelo semiótico de análise das paixões, mostrando a legitimidade e os rendimentos da incorporação das circunstâncias perceptivas, de articulação entre o sensível e o inteligível, como dispositivos constituintes e determinantes da configuração de uma dada interação patêmica. Retomando a discussão apresentada nas páginas introdutórias de Semiótica das paixões (GREIMAS; FONTANILLE, 1993) e aquela presente em alguns dos verbetes de Tensão e significação (FONTANILLE; ZILBERBERG, 2001), defenderemos - a partir da análise de paixões semelhantes, como é o caso da compaixão e da piedade - que, além do exame das modalidades estruturantes do núcleo passional, é preciso atentar também, senão sobretudo, às precondições desta articulação modal, concebida, a paixão, como resultado de correlações sensíveis e inteligíveis. Consideraremos, pois, o estado juntivo que caracteriza sujeito e objeto, a existência semiótica, como uma relação de percepção, na qual prevalece a problemática das modulações e do discurso em ato. Importa a nossa investigação compreender o processo de configuração da interação passional na própria manifestação do acontecimento da semiose, para o que postulamos uma análise dos afetos que não se prenda unicamente à passionalidade do sujeito enunciado, ou ao discurso apaixonado do sujeito enunciante, mas sim à própria emergência passional da relação intersubjetiva, às condições enunciativas de sua produção |