Café (Coffea arabica, L.) submetido a diferentes condições de torrefação: caracterização química e avaliação da atividade antioxidante e sensorial

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2007
Autor(a) principal: Araujo, Fabiana Amaral
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/9/9132/tde-29032007-223916/
Resumo: A avaliação da atividade antioxidante de compostos fenólicos em vegetais tem sido estudada como alternativa ao uso de antioxidantes sintéticos como butil hidroxi tolueno (BHT). No presente trabalho foi avaliada a capacidade antioxidante in vitro dos extratos (etéreo, etanólico e aquoso) e frações de ácidos fenólicos (livres, ésteres de ácidos fenólicos solúveis e ácidos fenólicos insolúveis ligados) do café in natura e torrado em diferentes condições de tempo (10 e 20 min) e temperatura (140ºC, 160ºC e 180ºC). As análises in vitro foram realizadas através do sistema &#946;-caroteno e ácido linoléico (que indica a inibição da oxidação em meio emulsionado) e pelo método do Rancimat (que indica a inibição da oxidação em meio lipídico). Em ambos os métodos alguns extratos e todas as frações de ácidos fenólicos apresentaram atividade antioxidante igual ou superior ao BHT nas mesmas concentrações. Independente das condições de torrefação aplicadas, o extrato aquoso apresentou a maior atividade antioxidante em função do maior conteúdo de fenólicos. Os fatores cinéticos obtidos demonstraram também resultados maiores que o BHT. O perfil de ácidos fenólicos das frações foi caracterizado por cromatografia gasosa sendo identificados os seguintes ácidos fenólicos: salicílico, ferúlico, caféico, sinápico, clorogênico, quínico, p-cumárico, gentísico e protocatequínico. Foi realizada a avaliação sensorial da infusão de café não havendo diferença estatística entre as amostras mais torradas cujas torras estão próximas das amostras comerciais (p< 0,05). Com base nesses dados a amostra torrada a 180ºC/10 min foi utilizada na avaliação do potencial antioxidante in vivo. Para tanto, ratos Wistar foram suplementados por 30 dias com diferentes doses do extrato aquoso de café torrado (180ºC/10 min). As doses ministradas foram eficientes para evitar a oxidação dos tecidos plasmático, hepático, cerebral e cardíaco quando avaliados pelo método de TBARS (substâncias reativas ao ácido tiobarbitúrico) sendo observado efeito dose resposta em todos os tecidos exceto no cardíaco (p< 0,05). O perfil lipídico do plasma dos animais suplementados em relação ao grupo controle indicou também que o extrato aquoso de café foi eficiente para inibir a oxidação dos ácidos graxos poliinsaturados (p< 0,05). Os dados aqui apresentados sugerem o uso potencial do extrato aquoso de café como antioxidante tanto como aditivo quanto o seu consumo como bebida desde que o extrato aquoso apresentou a maior atividade antioxidante.