Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2023 |
Autor(a) principal: |
Merege Filho, Carlos Alberto Abujabra |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5140/tde-26052023-125233/
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Resumo: |
A obesidade é uma doença multifatorial que pode afetar negativamente o sistema nervoso central (SNC). A cirurgia bariátrica é um efetivo método para o tratamento da obesidade, e os positivos efeitos sobre as condições associadas com esta doença podem ser aprimoradas pelo exercício físico. Embora o treinamento físico seja reconhecido por influenciar positivamente o SNC em pacientes com obesidade, não existem estudos que atestarem os efeitos sinérgicos dessas duas intervenções sobre o funcionamento e organização intrínseca cerebral avaliado por meio da análise de conectividade funcional. Além disso, não se sabe se as modificações observadas após a cirurgia bariátrica sobre a substância cinzenta cerebral, principal componente estrutural do SNC, são aprimoradas sem alterações no estilo de vida dos pacientes, tal como a inclusão do treinamento físico. Dessa forma, foram objetivos do presente estudo, investigar os efeitos do exercício físico combinado com a cirurgia bariátrica sobre a conectividade funcional de redes cerebrais que são envolvidas com o controle da ingestão alimentar e a fisiopatologia da obesidade (estudo 1), assim como sobre a substância cinzenta avaliada pela morfometria cerebral em pacientes acometidos pela doença (estudo 2). Trinta mulheres com obesidade elegíveis para cirurgia bariátrica foram randomizadas para participarem de um programa de exercícios físicos de 6 meses (RYGB+TF: n= 15, idade= 41,9 ± 7,2 anos) ou para o tratamento padrão (RYGB: n= 15, idade= 41,0 ± 7,3). No início do estudo, 3 e 9 meses após a cirurgia bariátrica, a conectividade cerebral foi avaliada por meio da ressonância magnética funcional no estado de repouso utilizando sequência de pulso Echo planar imaging (EPI) ponderada em T2*, e a morfometria cerebral foi obtida por meio da aquisição volumétrica de alta resolução ponderada em T1 realizada com a técnica tridimensional de Turbo Field Echo (3DT1-TFE). O exercício sobreposto à cirurgia bariátrica resultou no aumento da conectividade entre o hipotálamo e as regiões sensoriais (análises seed-to-voxel de conectividade hipotalâmica), assim como uma diminuição na conectividade da rede de modo padrão (DMN) e de saliência (análises ROI-to-ROI de conectividade de redes cerebrais) quando comparado com o grupo RYGB. Por sua vez, aumentos na conectividade da rede dos gânglios da base (GB) foram observados apenas no grupo RYGB+TF (análises intragrupo). Além disso, este estudo demonstrou que o treinamento físico seguido da cirurgia bariátrica não promoveu efeitos adicionais na avaliação morfométrica em regiões subcorticais envolvidas com a fisiopatologia da obesidade. Em conclusão, o treinamento físico é um componente importante no manejo da obesidade em pacientes após a cirurgia bariátrica, e pode melhorar a conectividade hipotalâmica e de redes cerebrais que são envolvidas no controle da ingestão de alimentos e na fisiopatologia desta doença. No entanto, este estudo falhou em mostrar efeitos sinérgicos induzidos pelo exercício na recuperação subcortical em pacientes submetidos ao procedimento cirúrgico. Ensaios clínicos randomizados com acompanhamento de longo prazo são necessários para responder a essa última questão |