Vergonha: um estudo psicanalítico

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Carbone, Lilian Madalena Januário
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/47/47131/tde-17012023-123951/
Resumo: Esta pesquisa compreende um estudo psicanalítico acerca da vergonha que, tomada como um meta-sentimento, comporta uma variedade de sentimentos articulados entre si, formando o conjunto que compõe os sentimentos de vergonha. Abarcando aspectos psicossexuais, psicoafetivos e psicossociais, sinalizando tanto o risco de quebra quanto de restauração do pacto que sela a dignidade humana, a vergonha é aqui apresentada em seus contornos metapsicológicos. A partir dos trabalhos de Freud, passando pela Escola de Budapeste e chegando aos psicanalistas do cenário atual, os capítulos buscaram apresentar as origens, os mecanismos e efeitos da vergonha, tanto no contexto singular quanto social. Enquanto afeto ligado ao vínculo e tomada como uma angústia social, pôde ser definida como o medo de exclusão. A partir das contribuições de Sandor Ferenczi, Nicholas Abraham e Maria Torok, originada numa situação de violência, a vergonha é aqui apresentada como o afeto imposto por um aviltador capaz de provocar um tipo de clivagem no Eu ou, ainda, uma cripta que sepulta o segredo vergonhoso de um objeto de amor. Nesse cenário, misturada ao segredo, ao trauma, e escapando à lógica do recalcamento, portanto, excluída das interdições simbólicas, a vergonha é analisada em sua impossibilidade de converter-se em memória psíquica. Na condição de afeto isolado do restante da circulação psíquica, apresentando-se clinicamente nas manifestações violentas de passagem ao ato, algumas perversões e somatizações retratam um panorama de seu papel na clínica não neurótica. Finalmente, expõe a noção da transmissão transgeracional da vergonha e seus efeitos como fator de exclusão social grupal, incluindo aí os sofrimentos negados e a violência nas dinâmicas de trabalho